No Seixal, os 95 anos do PCP foram comemorados com um almoço, no domingo, que juntou muitas centenas de pessoas no Clube do Pessoal da Siderurgia Nacional. Momentos antes, Jerónimo de Sousa foi convidado a colocar a última das 95 bandeiras do Partido que foram hasteadas ao longo da Avenida General Humberto Delgado, uma mensagem de confiança e esperança no futuro que os comunistas afirmaram perante a população daquele concelho.

Ao som dos Tocá Rufar, a chegada do Secretário-geral do PCP foi recebida, naturalmente, com muito entusiasmo por parte de todos aqueles que ali o esperavam e aguardavam por entrar no pavilhão.

Lá dentro o ambiente era de festa. Depois do almoço – uma feijoada de chocos, confeccionada e servida por um «exército» de camaradas – foram chamados para o palco, por Rui Amaro, membro do Secretariado do Célula dos Trabalhadores da Siderurgia Nacional, Laura Ribeiro, Pedro Grego e Mariana Ribeiro, da Direcção Nacional da JCP, Sebastião Pinheiro, Maria Adelaide Milay, José Maria, Pedro Reis, Irene Lourenço e António Alpalhão, respectivamente das comissões de freguesia do PCP de Amora, Arrentela, Aldeia de Paio Pires, Corroios, Fernão Ferro e Seixal.

A estes juntaram-se Adelaide Marques, da Célula dos Professores, José Reis, da Célula dos Bombeiros Mistos do Seixal, Aida Tavares, do Secretariado da Célula dos Trabalhadores da Câmara do Seixal, Alfredo Monteiro, da Comissão Concelhia e presidente da Assembleia Municipal do Seixal, Joaquim Santos, da Comissão Concelhia e presidente da Câmara do Seixal, Delfim Mendes, dos Organismos Executivos da Comissão Concelhia do Seixal, Vasco Paleta, do Executivo da Direcção da Organização Regional de Setúbal (DORS) e responsável pelo concelho do Seixal, Antónia Lopes, dos Organismos Executivos da DORS e do Comité Central, Margarida Botelho, da Comissão Política do Comité Central e responsável pela DORS, e Jerónimo de Sousa.

A luta continua!

Aproveitando aquela oportunidade, Rui Amaro deu a conhecer que a administração da Siderurgia Nacional quer despedir cerca de 40 trabalhadores e, simultaneamente, aplicar um regime de horários de turnos «claramente ilegais», estando, por isso, a «recorrer a todo o tipo de pressões e chantagens». «Trata-se de um regime de horários que faz tábua rasa da lei», denunciou, informando que os trabalhadores estão a ser obrigados a fazer «turnos seguidos de 12 horas», mesmo «durante o turno nocturno». «Esta e outras medidas da política repressiva e antidemocrática, seguida pela administração da empresa, marcada por discriminações salariais, retaliações, perseguições e aplicações de processos e sanções disciplinares por tudo e por nada, acabarão, mais tarde ou mais cedo, por ser derrotadas pela luta dos trabalhadores», frisou Rui Amaro, anunciando a realização, para breve, de uma greve de três dias. «A luta continua!», gritou-se, em uníssono, na sala.

Depois das intervenções de Laura Ribeiro e de Vasco Paleta, Jerónimo de Sousa voltou ao tema que marca a actualidade política, o Orçamento do Estado (OE) para 2016, da «responsabilidade do PS» que, «apesar de expressar ou poder vir a expressar os compromissos que foram assumidos no quadro das posições conjuntas, está e continua marcado pela matriz essencial das opções dos seus autores» e «contém medidas que não acompanhamos». Contudo, sublinhou o Secretário-geral do PCP, é um OE «com sinais de inversão de um rumo que não se pode subestimar» e que «ousa, apesar do Governo aceitar os critérios e orientações determinadas por Bruxelas, devolver salários e direitos».