para defender os direitos das mulheres
Compromissos de todos os dias
O Partido vai continuar a intervir nos direitos das mulheres e da sua luta emancipadora dando prioridade a uma política de promoção da igualdade inseparável da ruptura com a política de direita e a concretização de uma política patriótica e de esquerda.
O PCP continuará a intervir na defesa dos direitos das mulheres
Num comunicado da Comissão Política do Comité Central, divulgado anteontem a propósito do Dia Internacional da Mulher, o PCP avança com um conjunto de propostas para «cumprir a igualdade na lei e na vida», que passa pela «efectivação do direito das mulheres ao trabalho com direitos, e a sua participação em igualdade em todos os sectores de actividade», «aplicação progressiva do horário de trabalho para as 35 horas para todos os trabalhadores» e «valorização dos salários e no efectivo combate às discriminações salariais, directas e indirectas».
O Partido quer ainda ver garantida a «protecção da maternidade e paternidade no âmbito laboral, da saúde e da segurança social», a «universalidade do abono de família a todas as crianças e jovens» e a «criação de uma rede pública de creches, de qualidade e a preços acessíveis», e destaca a necessidade de «promover a protecção às mulheres vítimas de violência doméstica, aumentando os meios do Estado necessários a uma resposta efectiva nesta área», intervindo «nas múltiplas causas que têm contribuído para o crescimento deste flagelo».
A «adopção de um plano de combate à exploração na prostituição» e a promoção «da mudança de atitudes e mentalidades que contrariem concepções assentes na subalternização do papel das mulheres na família, no trabalho e na sociedade» e de «campanhas de informação sobre os direitos das mulheres, ancoradas nos valores de Abril e nos princípios consagrados na Constituição da República Portuguesa», são outras das propostas do PCP.
Intervenção consistente
Na Assembleia da República, os deputados comunistas tem assumido uma intervenção consistente no aprofundamento da legislação em defesa dos direitos das mulheres em diferentes domínios, nomeadamente com a apresentação de propostas que visam combater e penalizar, de modo eficaz, as discriminações salariais.Com a derrota de PSD/CDS-PP nas eleições de 4 de Outubro e o seu afastamento do governo, foi possível travar «o seu projecto de mais exploração e empobrecimento para o País».
Desde então, o PCP tem assumido um papel determinante na aprovação de várias «medidas positivas», de que destaca: reposição da lei da interrupção voluntária da gravidez (eliminando os mecanismos de chantagem e de imposição de taxas moderadoras); aumento do salário mínimo nacional para 530 euros (embora aquém dos 600 euros propostos pelo Partido); eliminação dos cortes salariais aos trabalhadores da Administração Pública; abertura de caminho para a reposição e fixação do horário de trabalho nas 35 horas; revogação das medidas lesivas da dignidade dos professores; reposição dos feriados roubados; redução da sobretaxa de IRS; protecção da morada de família das penhoras decorrentes de execuções fiscais; aumento e majoração do abono de família, do rendimento social de inserção e do complemento solidário para idosos.
Exploração e empobrecimento
Uma das consequências do «profundo retrocesso nas condições de vida e de trabalho» gerado pela política de direita nas últimas décadas e, particularmente, nos últimos quatro anos é «a gravíssima situação das mulheres no mundo do trabalho»: exemplo disso são «as mais elevadas taxas de desemprego, de desemprego jovem, de desemprego de licenciadas, a precariedade dos vínculos laborais, o trabalho a tempo parcial, os salários mais baixos, as discriminações salariais e em função da maternidade», afirma o texto da Comissão Política do PCP, antes de destacar o facto de esta realidade afectar a grande maioria das mulheres e se reflectir noutras dimensões das suas vidas, nomeadamente na articulação entre a vida pessoal, familiar e profissional.
O comunicado sublinha, de igual modo, o aumento da pobreza entre as mulheres, favorecido por factores como desemprego sem acesso a subsídio de desemprego, baixos salários, pensões de miséria, deficiência sem protecção social, congelamento e cortes nas prestações sociais. Como consequência, «milhares são forçadas a emigrar – outras “passam” a “inactivas” (na estatística) quando na prática a maioria desistiu de procurar emprego ou sobrevive na economia paralela».