8 de Março - Histórica luta pela igualdade
Jerónimo de Sousa participou, anteontem, 8, num almoço evocativo do Dia Internacional da Mulher, promovido pela célula do PCP na Câmara Municipal da Moita. Na sua intervenção, o dirigente comunista destacou a importância histórica da data, «à volta da qual milhares de mulheres se associam por todo o País para dar visibilidade à sua luta pela efectivação dos seus direitos, na lei e na vida». Da parte do PCP, a comemoração deste dia reflecte um «compromisso quotidiano com a luta das mulheres pela necessária mudança das suas vidas, exigindo o direito ao trabalho com direitos, a valorização do seu estatuto sócio-profissional e progressão na profissão, o direito a ter tempo para trabalhar e para descansar, tempo para a família e filhos, tempo para participar na vida social, política, cultural e desportiva».
Após lembrar que a Revolução de Abril «inscreveu entre as suas grandes conquistas os direitos das mulheres, pondo fim à total ausência de direitos que tinha sido imposta pelo regime fascista», o Secretário-geral do Partido realçou a sua consagração na Constituição da República. Estas conquistas, sublinhou, foram o reflexo directo da «ampla participação das mulheres no processo revolucionário de Abril» e dos avanços que representou.
Nestes últimos anos, porém, a política de direita gerou um «profundo retrocesso nas condições de vida e de trabalho, na produção nacional, no emprego, nos salários, nos direitos, degradou os serviços públicos e importantes funções sociais do Estado», o que não deixou de ter graves implicações na situação das mulheres trabalhadoras, realçou. Demonstram-no as «mais elevadas taxas de desemprego, de desemprego jovem, de desemprego de licenciadas, a precariedade dos vínculos laborais, o trabalho a tempo parcial, os salários mais baixos, as discriminações salariais e em função da maternidade».
Menos quantificáveis mas não menos reais são as «crescentes dificuldades em articular a vida pessoal, familiar e profissional», decorrentes da desregulação dos horários, do número crescente das que trabalham por turnos, aos sábados e domingos, da maior sobrecarga na vida familiar e doméstica e do tempo despendido nas deslocações entre local de trabalho e residência. Jerónimo de Sousa denunciou também o aumento da incidência da pobreza entre as mulheres.
Para o PCP, insistiu o Secretário-geral, «é preciso dar resposta aos problemas mais sentidos pelas mulheres», pois a sua vida «não tem que ser assim». A participação das mulheres em igualdade, a redução do horário de trabalho, a valorização dos salários e o combate às discriminações e a garantia de protecção da maternidade são algumas das propostas do PCP.