NATO trava refugiados

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, anunciou, dia 11, que o agrupamento naval permanente número dois, em missão no Mediterrâneo, se deslocará imediatamente para o mar Egeu para fins de vigilância do tráfico de refugiados.

A medida foi decidida na sequência de um pedido apresentado pela Alemanha e Turquia.

Como explicou Stoltenberg em conferência de imprensa, durante a segunda jornada da reunião dos ministros da Defesa aliados, o objectivo é «participar nos esforços internacionais para conter o tráfico ilegal e a imigração ilegal no Mediterrâneo».

A NATO irá vigiar o movimento no espaço marítimo da Turquia e da Grécia, com vista a recolher informações sobre o tráfico de pessoas e sobre redes criminais.

O carácter da missão suscitou dúvidas ao chefe da delegação grega na Assembleia Parlamentar da NATO, Christos Karagiannidis, segundo o qual «não está claro qual é exactamente o papel de uma organização puramente militar para fazer face a uma crise humanitária, como a que estamos vivendo no mar Egeu».

Por sua vez, Dimitris Avramopulos, comissário europeu grego da Migração, sublinhou que a União Europeia não pediu ajuda à aliança militar, uma vez que «não vemos nenhuma ameaça, estamos simplesmente falando de seres humanos», e notou que qualquer decisão deste tipo deverá ser discutida e aprovada pela UE.

Opinião diferente manifestou a ministra alemã da Defesa, que defendeu o início tão breve quanto possível da operação da NATO, «para controlar os fluxos de refugiados e fazer frente aos traficantes».

O assunto foi ainda comentado pelo vice-ministro grego da Política Migratória, Yanis Muzalas, que apontou como causa do agravamento da crise o corte drástico das ajudas pelos países doadores aos campos de refugiados da Jordânia, Líbano e Turquia.




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