Fórum Ferroviário defende visão integrada

Mudança em concreto

A mudança de que Portugal e a ferrovia necessitam tem que materializar-se em políticas concretas, defenderam representantes dos trabalhadores, no dia 17, no Fórum Ferroviário «CP e EMEF – Regresso ao Futuro».

Houve «cegueira neoliberal e outras cumplicidades menos cegas»

O encontro foi uma iniciativa das comissões de trabalhadores da CP – Comboios de Portugal e da EMEF – Empresa de Manutenção de Equipamentos Ferroviários. Correspondendo ao convite dos organizadores, o PCP fez-se representar pelo deputado Bruno Dias, que valorizou o papel dos trabalhadores e assumiu o compromisso de levar à Assembleia da República o essencial das observações, propostas e reivindicações ali colocadas.
Uma primeira decisão, destacada no «documento de trabalho» que foi divulgado após o fórum, responde à necessidade de «alargar ainda mais a reflexão, a discussão e a construção de alternativas», abrangendo o conjunto do sector ferroviário. Para tal, vai ser dirigido um convite a que todas as CT das empresas do sector levem a cabo, em Março próximo, um novo Fórum Ferroviário.

Travar e inverter

Os representantes dos trabalhadores que se reuniram no salão do Clube Ferroviário, em Lisboa, defenderam «uma visão integrada» deste sector e salientaram o seu papel estratégico para o «desenvolvimento soberano e sustentado do nosso País», considerando «a defesa, a valorização e o fomento do aparelho produtivo nacional» como suas «componentes determinantes».
Foi fortemente criticada a política de transportes levada a cabo nas últimas décadas, no quadro da acção de governos sucessivos «a colaborarem activamente na destruição do aparelho produtivo nacional», movidas por «cegueira neoliberal e outras cumplicidades menos cegas».
No caso da EMEF, tudo foi sacrificado aos objectivos financeiros, mas «a manutenção e a reparação ferroviária têm outro objectivo central: assegurar o material circulante que a operação ferroviária requer, garantindo a qualidade, eficácia, fiabilidade e sustentabilidade da operação bem como a segurança da circulação».

No Fórum foi defendida a alteração deste rumo, no País e na ferrovia, salientando que «essa mudança de rumo tem que materializar-se em políticas concretas». Como traços essenciais, no que diz respeito à EMEF, os participantes no encontro de dia 17 indicaram:

a contratação imediata de trabalhadores para os sectores operacionais;
a internalização de tarefas hoje subcontratadas e o fim imediato do recurso a empresas de trabalho temporário, integrando estes trabalhadores na EMEF;
o adequado aprovisionamento de materiais e equipamentos necessários à manutenção e reparação (pondo termo à prática de parar comboios para funcionarem como armazéns de sobressalentes);
o investimento imediato na aquisição de material circulante em falta, no quadro de um plano de necessidades;
a realização urgente de todas as grandes reparações e outras intervenções há anos adiadas;
a reintegração da EMEF na CP, promovendo uma maior transparência na relação e uma avultada poupança.

Uma nova política deve ter como objectivo «promover a ferrovia em Portugal», através da «reactivação de serviços encerrados, reforço da oferta e da sua fiabilidade, e redução de tarifas».

 



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