Alemanha e Inglaterra atacam Síria

Agressão imperialista

Os par­la­mentos da Ale­manha e do Reino Unido apro­varam na se­mana pas­sada ac­ções mi­li­tares em ter­ri­tório Sírio, a pre­texto da ameaça ter­ro­rista.

Ter­ro­rismo é pre­texto para ac­ções mi­li­tares

Mi­lhares de pes­soas ma­ni­fes­taram-se, dia 1, em Lon­dres contra a pro­posta do pri­meiro-mi­nistro bri­tâ­nico de lançar ata­ques na Síria.

O pro­testo foi con­vo­cado à úl­tima hora pela co­li­gação «Stop the War» (Parem a Guerra), pro­mo­tora da grande acção de 28 de No­vembro, em res­posta à de­cisão do go­verno de obter o aval dos de­pu­tados para o pro­jecto.

Os ma­ni­fes­tantes des­fi­laram ao final da tarde perto do par­la­mento, em West­minster, no centro da ca­pital bri­tâ­nica, se­guindo para as sedes dos par­tidos dos con­ser­va­dores e dos tra­ba­lhistas.

«Não aos bom­bar­de­a­mentos na Síria» e «David Ca­meron, tem ver­gonha!», foram al­gumas das pa­la­vras de ordem dos ma­ni­fes­tantes, ins­critas em faixas e car­tazes.

«Quando bom­bar­de­amos os ha­bi­tantes de um país, nós já não es­tamos em se­gu­rança, nós per­demos se­gu­rança», de­clarou à agência AFP Salma Yaqoob, res­pon­sável da or­ga­ni­zação pa­ci­fista «Stop the War».

Uma das ma­ni­fes­tantes, Jenny Eyles, notou que «a única ma­neira de travar o grupo Es­tado Is­lâ­mico é cortar-lhe o fi­nan­ci­a­mento e im­pedir que tenha acesso a armas».

Apesar dos pro­testos mas­sivos, David Ca­meron de­cidiu levar a pro­posta a vo­tação de­pois de ga­rantir uma mai­oria fa­vo­rável à in­ter­venção.

O plano do go­verno foi apro­vado, dia 2, na Câ­mara dos Co­muns por 397 votos a favor e 223 contra, dando assim carta-branca à Força Aérea Real (RAF), que poucas horas de­pois da vo­tação ini­ciou os bom­bar­de­a­mentos em ter­ri­tório da Síria, a partir da base de Akro­tiri, no Chipre.

No de­bate par­la­mentar, que durou dez horas, David Ca­meron ar­gu­mentou que o grupo ex­tre­mista Es­tado Is­lâ­mico é uma ameaça para a «se­gu­rança na­ci­onal» e que a in­ter­venção é «legal» e «ne­ces­sária».

O líder da opo­sição, Je­remy Corbyn, re­plicou que os bom­bar­de­a­mentos podem au­mentar os riscos de aten­tado no Reino Unido e pôs em causa que o go­verno de David Ca­meron tenha tra­çado um plano «co­e­rente» para com­bater o grupo ex­tre­mista Es­tado Is­lâ­mico e pa­ci­ficar a Síria.

«Não há dú­vida de que o cha­mado Es­tado Is­lâ­mico impôs um reino de sec­ta­rismo e de terror inu­mano no Iraque, Síria e Líbia e nin­guém ques­tiona que possa supor uma ameaça ao nosso pró­prio povo. O pro­blema é saber se os bom­bar­de­a­mentos do Reino Unido no Iraque e na Síria re­du­zirão ou au­men­tarão a ameaça sobre os bri­tâ­nicos», sa­li­entou o líder tra­ba­lhista.

Ale­manha envia 1200 mi­li­tares

Também o par­la­mento alemão aprovou, dia 4, o envio de um con­tin­gente mi­litar para a Síria, para apoiar os es­forços da França na luta contra o Es­tado Is­lâ­mico.

A pro­posta do go­verno alemão foi apoiada por 445 de­pu­tados, en­quanto 146 vo­taram contra e sete se abs­ti­veram.

No de­bate que an­te­cedeu a vo­tação, os par­tidos A Es­querda e Os Verdes opu­seram-se à in­ter­venção mi­litar, con­si­de­rando que o ter­ro­rismo in­ter­na­ci­onal não se re­solve com bom­bar­de­a­mentos e que o envio das tropas pre­cisa de ter um plano e um ob­jec­tivo.

A in­ter­venção ger­mâ­nica in­clui o envio de jactos Tor­nado de re­co­nhe­ci­mento, uma fra­gata e até 1200 mi­li­tares. O man­dato é de um ano e terá um custo de 134 mi­lhões de euros, po­dendo ser alar­gado no pró­ximo ano.

 



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