Um país em construção
O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), em conjunto com a Câmara do Seixal, organizou, sexta-feira, o colóquio «A Venezuela no Quadro Mundial».
«Construir um mundo melhor e um país mais humano»
A pouco mais de uma semana das eleições legislativas que se vão realizar na Venezuela (ver página 25), o colóquio visou denunciar a campanha de ataque dos media internacionais, controlados por sectores imperialistas, contra o povo venezuelano e o seu governo, contando com as palavras do general Lucas Rincón Romero, embaixador da República Bolivariana da Venezuela em Portugal, Ilda Figueiredo, presidente do CPPC, e Joaquim Santos, presidente da Câmara do Seixal. Teve ainda lugar um momento musical e de poesia que evocou autores como Pablo Neruda e Ali Primera, entre outros poetas sul-americanos.
O embaixador começou por agradecer aos organizadores da iniciativa e ao público presente no Auditório dos Serviços Centrais da Câmara Municipal a sua solidariedade com a pátria de Bolívar, tendo, de seguida, feito um balanço das realizações do governo venezuelano em diversas áreas. Destacou o trabalho desenvolvido pelo presidente Nicolás Maduro na preservação do legado do Comandante Hugo Chávez, que se reflecte, por exemplo, nos mais de 10 milhões de venezuelanos que saíram da pobreza através de uma distribuição mais equitativa da riqueza.
Só assim podemos «construir um mundo melhor e um país mais humano», assegurou, valorizando, por outro lado, o combate ao analfabetismo, o acesso universal aos cuidados de saúde e à educação gratuita e de qualidade. Deu ainda a conhecer projectos relacionados com a habitação – com uma meta de três milhões de casas até 2018, 850 mil já entregues –, cultura, desporto e segurança social, com a recente inclusão de mais de 2,5 milhões de pensionistas.
Ataques ao desenvolvimento
No entanto, apesar da importância das conquistas da revolução Bolivariana, os segmentos mais radicais da direita nacional e internacional continuam sua campanha de difamação, «ignorando os mecanismos democráticos previstos na nossa constituição», denunciou Lucas Rincón Romero, condenando ainda as «declarações» e os «actos hostis» do imperialismo norte-americano, que, nos últimos meses, declarou a Venezuela «uma ameaça incomum e extraordinária». «Põem em causa os nossos esforços para desenvolver o país e proteger as pessoas, questionando a autoridade e os órgãos de soberania, condicionando a opinião pública» contra a Venezuela, sublinhou.
A terminar, o embaixador assegurou que o povo está vigilante contra os falsos defensores da virtude, que só promovem a violência e o ódio. «Felizmente, sempre contámos com o apoio e solidariedade internacional de organizações progressistas e movimentos sociais, cuja dignidade e força moral constituem uma referência dos mais altos valores humanos na Venezuela», afirmou.
Em nome do CPPC, Ilda Figueiredo prometeu continuar a realizar iniciativas para informar sobre o que realmente está a acontecer na América Latina, particularmente na Venezuela, e reiterou «total solidariedade com o povo venezuelano». Joaquim Santos acentuou, por seu lado, que a Venezuela «é um exemplo para o mundo».
Entre outras entidades e organizações, participaram no colóquio Pedro Guerreiro, do Secretariado do Comité Central do PCP.