Sábado de Luta
A CGTP-IN manteve a concentração convocada para Lisboa, no próximo sábado, dia 28, e defendeu mesmo que «há razões acrescidas para a mobilização», depois de ser conhecida anteontem a decisão do Presidente da República quanto à indigitação de António Costa para formar Governo.
«Este é o dia certo para sairmos à rua»
O apelo à participação abrange igualmente as acções marcadas para o mesmo dia, no Porto e em Braga, pelas estruturas distritais da Intersindical.
Momento crucial
«O momento que vivemos é crucial, exige acção e uma forte participação cívica de todos quantos lutam pela defesa e ampliação dos direitos individuais e colectivos dos trabalhadores», salienta-se num comunicado que a Comissão Executiva da CGTP-IN emitiu ao início da noite desta terça-feira.
A confederação entende que, «tal como há 41 anos, naquele 1.º de Maio que traçou definitivamente o rumo da Revolução de Abril, atravessamos um momento em que os trabalhadores e o povo têm de ser protagonistas da história e fazer da acção colectiva, organizada e em unidade, nos locais de trabalho e na rua, o instrumento que clarifique e potencie a concretização de uma política que respeite e valorize os direitos de Abril».
«Vamos todos fazer do dia 28 de Novembro um dia histórico de luta dos trabalhadores, pelo progresso e justiça social, por um Portugal com futuro», apela a Inter.
Para a central, «este é o dia certo para sairmos à rua, festejar em conjunto a queda definitiva do Governo do PSD/CDS e exigir uma mudança de políticas que correspondam às propostas e reivindicações da CGTP-IN e dos trabalhadores». Destas, são referidas:
– a revogação das normas gravosas da legislação do trabalho nos sectores público e privado;
– a revogação da caducidade das convenções colectivas e a reintrodução do princípio do tratamento mais favorável;
– um modelo de desenvolvimento que aposte na produção nacional, no emprego estável, seguro e com direitos, na valorização das profissões;
– uma justa distribuição da riqueza, que assegure o aumento geral dos salários, do salário mínimo nacional e das pensões;
– mais e melhores serviços públicos e funções sociais do Estado.
No documento, começa por se assinalar que «a luta dos trabalhadores deu um importante contributo para forçar o Presidente da República a indicar um Governo resultante da nova maioria de deputados na Assembleia da República», facto que «é mais um exemplo de que valeu a pena lutar e dá ainda mais força aos objectivos e à mobilização dos trabalhadores e do povo para as manifestações de 28 de Novembro em Lisboa, Porto e Braga».
Recordando que «a luta dos trabalhadores foi decisiva para o esvaziamento da base política, eleitoral e social do PSD/CDS e determinante para derrotar e remover estes dois partidos do Governo», a CGTP-IN «saúda os trabalhadores e o povo português e exorta-os a prosseguir e intensificar a luta por uma verdadeira mudança de política».
Com a decisão de anteontem do PR, foi «atingido um dos objectivos da jornada de luta de 28 de Novembro», convocada numa reunião extraordinária da Executiva, no dia 18. No comunicado de anteontem afirma-se que «é indispensável que os restantes, nomeadamente o respeito pela Constituição da República, a mudança de política e a resposta às propostas e reivindicações da CGTP-IN e dos trabalhadores, sejam concretizados», o que «implica uma intervenção activa do movimento sindical e dos trabalhadores no sentido de influenciar, agora, as políticas que queremos que sejam implementadas amanhã».
«Neste contexto, a Comissão Executiva do Conselho Nacional considera fundamental que redobremos os esforços para o envolvimento dos trabalhadores na acção nacional de luta, que se realiza no próximo sábado, dia 28 de Novembro», lê-se no comunicado.