SPdH investigada

«Os trabalhadores têm o direito de saber onde está o seu dinheiro», afirma o Sitava, da Fectrans/CGTP-IN, num comunicado de dia 4, comentando a «surpresa» de ver na véspera noticiado que o presidente da TAP estava a ser ouvido pela Polícia Judiciária, como testemunha, no âmbito de uma investigação da venda da SPdH (Groundforce). «Quem diria», ironiza o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos, registando que tal ocorre «mais de mais de dois anos depois da denúncia pública e na Assembleia da República» que fez, a propósito da privatização de 50,1 por cento da SPdH, negociada entre a TAP, o Governo e o Grupo Urbanos.

O Sitava focou ainda outra notícia, surgida no mesmo dia e «depois de tantos meses a lutarmos contra a privatização da TAP»: o Grupo Urbanos pretende em tribunal travar esta operação. O sindicato admite que possa nada haver de estranho na coincidência das duas notícias saírem no mesmo dia, pois «afinal de contas, privatizações boas são aquelas nas quais o “comprador” não paga nada e de preferência tem os AE “limpos”».

Para «algum trabalho de investigação», o sindicato desafia os jornalistas a procurarem resposta para algumas questões, deixando três exemplos: saber se o Grupo Urbanos pagou a compra de 50,1 por cento da SPdH e, se sim, quanto terá pago; averiguar quanto recebeu o Urbanos da SPdH, só através do «fee de gestão», nos mais de três anos decorridos desde a privatização parcial; apurar quem foi o membro do anterior Governo que mediou esta «negociata» (o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro).

Na «marcha dos recibos», a 31 de Julho, tinham sido destacados alguns números pelo sindicato: lucros de mais de quatro milhões e meio de euros, nos últimos dois anos; e mais de dois milhões de euros por ano, pagos pela SPdH ao Grupo Urbanos, seu accionista maioritário, a título de «fee de gestão» (180 mil euros mensais).

A investigação policial, segundo foi noticiado na semana passada, terá sido suscitada por denúncia anónima, para saber se terá havido incumprimento do pagamento de três milhões de euros, devidos pelo Urbanos para obter a participação maioritária na SPdH.

 



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