Censura regressa ao aeroporto
O director do Aeroporto de Lisboa censurou uma exposição do SITAVA - Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos, que acabou por se realizar na rua, nos dias 17 e 18 de Outubro. O Sector dos Transportes da Organização Regional de Lisboa do PCP condenou a decisão, uma vez que foi a «análise dos conteúdos» da exposição que levou a que a autorização anteriormente dada tivesse sido recusado.
«É verdade que o Aeroporto de Lisboa foi entregue pelo Governo português em concessão à ANA e esta foi vendida à multinacional Vinci, mas nada desses acontecimentos cria um território de “exclusão social”, uma terra onde não se respeite pelos princípios constitucionais da República Portuguesa», referem os comunistas, numa carta dirigida ao director do Aeroporto.
Na missiva lembra-se ainda que «a acção sindical e o direito de expressão são vistos na Constituição como pilares dos direitos fundamentais do povo português». «A sua acção de censura assume contornos particularmente graves quando se conhece que a exposição do SITAVA assentava num conjunto de caricaturas que têm sido parte integrante de um boletim sindical do SITAVA, o SOS Handling», acusa o PCP.
Também o SITAVA lamentou a decisão unilateral «de um poder absoluto de mandar e desmandar sem atender às responsabilidades e que não tem qualquer adesão à realidade dentro das fronteiras de um Estado de direito onde o exercício da liberdade é garantido aos seus cidadãos».