Conservadores atacam serviço de Saúde

Médicos protestam

Mais de 20 mil pessoas manifestaram-se, dia 17, em Londres, contra os novos ataques ao Serviço Nacional de Saúde, desta vez através de restrições aos médicos.

Corte nas horas extraordinárias reduz salários até 30%

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Para além da grande manifestação na capital britânica, considerada a maior do sector na história recente, desfiles de médicos tiveram ainda lugar em Belfast e em Nottingham.

Em Londres, a acção começou em Waterloo Place e terminou frente ao Parlamento, onde usaram da palavra vários médicos que denunciaram as medidas do governo como um ataque ao Serviço Nacional de Saúde.

Falando para a multidão, Ranj Singh, um médico de 36 anos, frisou: «Não nos manifestamos por nós próprios, manifestamo-nos pelos nossos pacientes de idade avançada que não têm voz».

As ameaças que pairam sobre o serviço de saúde (NSH na sigla inglesa) estiveram também reflectidas nos cartazes empunhados pelos manifestantes, muitos deles envergando uniformes hospitalares: «Salvemos o nosso NHS», «Médicos cansados cometem erros».

Os planos do ministro da Saúde, Jeremy Hunt, visam impor cortes salariais até 30 por cento e o alargamento das jornadas de trabalho.

Como explica a associação dos médicos (BMA), este objectivo é conseguido mediante a redução do pagamento das horas extraordinárias.

Ou seja, o governo conservador pretende declarar como «horas normais de trabalho», o período entre as 7 e as 22 horas, todos os dias, excepto aos domingos.

Além disso, os novos contratos estabelecem as 72 horas como período semanal máximo de trabalho.

Uma das manifestantes, Alana Rochester, médica de 24 anos, referiu que já hoje os médicos trabalham para além do limite razoável, chegando a atingir as 70 horas semanais.

O aumento da carga horária não só é insuportável no plano pessoal, como também levanta sérios problemas de segurança.

Segundo referiu a estação Sky News, as condições draconianas dos futuros contratos dos médicos estagiários levarão muitos profissionais a abandonar o sistema público.

Os governos de Gales e da Escócia recusam os novos contratos, tendo declarado que manterão as regras vigentes. Na Irlanda do Norte as autoridades ainda não decidiram.




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