Protesto massivo na Bélgica

Taxar os mais ricos

Mais de 100 mil pes­soas ma­ni­fes­taram-se, dia 7, nas ruas de Bru­xelas contra os cortes so­ciais im­postos pelo go­verno belga de Charles Mi­chel.

Frente sin­dical exige au­mento do poder de compra

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A acção, con­vo­cada pelas três cen­trais sin­di­cais (FGTB, CSC e CGSLB), re­pu­diou a po­lí­tica so­cial e la­boral, que de há um ano para cá tem vindo a di­mi­nuir os be­ne­fí­cios so­ciais da po­pu­lação.

O lema es­co­lhido, «Para nós, apenas mi­ga­lhas», re­flectiu a cres­cente de­si­gual­dade na dis­tri­buição do ren­di­mento, re­sul­tante em grande parte de um sis­tema fiscal que be­ne­ficia «uni­ca­mente as grandes em­presas e o ca­pital»

Os sin­di­catos, par­tidos e mo­vi­mentos de es­querda exigem que o fardo da fis­ca­li­dade seja trans­fe­rido para os mais ricos, au­mento do poder de compra dos tra­ba­lha­dores e pro­gramas que ga­rantam em­prego aos mais des­fa­vo­re­cidos.

Con­testam igual­mente a sus­pensão da ac­tu­a­li­zação dos sa­lá­rios e pres­ta­ções so­ciais con­so­ante a in­flação, a su­bida da idade da re­forma dos 65 para os 67 anos, o au­mento do IVA de seis para 21 por cento na elec­tri­ci­dade e o agra­va­mento da carga fiscal sobre os com­bus­tí­veis, ta­baco, ál­cool e be­bidas ga­sei­fi­cadas.

A ma­ni­fes­tação (a 15.ª no es­paço de um ano) de­correu pa­ci­fi­ca­mente até en­trarem em cena grupos de en­ca­pu­zados ves­tidos de negro, que pro­vo­caram con­frontos com a po­lícia.

Ao ar­re­messo de pe­dras os agentes res­pon­deram com ca­nhões de água e gás la­cri­mo­géneo. Um po­lícia ficou fe­rido e três ma­ni­fes­tantes foram de­tidos.

Ao lado dos sin­di­catos, par­ti­ci­param na ma­ni­fes­tação o mo­vi­mento «Tout Autre Chose», a Fe­de­ração dos Es­tu­dantes Fran­có­fonos, o Par­tido do Tra­balho da Bél­gica, o Par­tido So­ci­a­lista e o par­tido Ecolo (eco­lo­gistas).

Também em França, sin­di­catos e or­ga­ni­za­ções de re­for­mados e es­tu­dantes re­a­li­zaram, dia 8, mais de uma cen­tena de con­cen­tra­ções e ma­ni­fes­ta­ções em todo o país.

No início do mês, o go­verno francês anun­ciou novos cortes or­ça­men­tais, desta vez no mon­tante de 16 mil mi­lhões de euros, que se somam à re­dução de 18 600 mi­lhões de euros, efec­tuada em 2015.




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