Intensificar a luta
Para além da sua análise dos resultados eleitorais, a CGTP-IN anunciou na segunda-feira, 5, a realização do Conselho Nacional e do Plenário de Sindicatos para os dias 14 e 15, respectivamente.
O dia 4 de Outubro confirmou que vale a pena lutar
Com a convocação dos órgãos de direcção – revelou a Inter em conferência de imprensa –, pretende-se «perspectivar a intensificação da luta reivindicativa nos locais de trabalho da Administração Pública, do sector empresarial do Estado e do sector privado, com vista a responder aos problemas com que os trabalhadores e suas famílias se debatem». A CGTP-IN anunciou ainda que irá apresentar a sua política reivindicativa para 2016 aos partidos políticos com assento parlamentar, «confrontando cada um com as reivindicações e propostas que concretizam uma política verdadeiramente alternativa, de esquerda e soberana».
Sobre as eleições de dia 4, a Intersindical sublinhou que a luta desenvolvida pelos trabalhadores ao longo desta legislatura foi determinante para derrotar a maioria absoluta do Governo do PSD/CDS, que perdeu mais de 700 mil votos, caiu 12 pontos percentuais e perdeu mais de 20 deputados.
A nova composição do Parlamento «perspectiva maiores potencialidades para responder aos inúmeros problemas e desafios com que os trabalhadores e o povo estão confrontados e para a efectivação de uma política contra a exploração, as desigualdades e o empobrecimento», defende a CGTP-IN. Isso implica, acrescenta, que «os restantes partidos que hoje constituem a maioria na AR concretizem os compromissos assumidos com o eleitorado e convirjam na defesa de propostas que respondam às necessidades e anseios dos trabalhadores e na rejeição da perpetuação da política do PSD/CDS».
Para a Inter, este é o momento certo para se pôr termo à política antilaboral e anti-social, e construir uma alternativa que abra as portas a uma nova política, que, entre outros aspectos, contemple a valorização do trabalho e dos trabalhadores, promova uma justa distribuição da riqueza e a criação de emprego com direitos.
Seriedade de «Os Verdes»
A Comissão Executiva do Partido Ecologista «Os Verdes» sublinha a expressiva perda de votos e mandatos da coligação PSD/CDS, que, embora continuando a ser a força mais votada, perdeu a maioria absoluta que detinha na última legislatura. Manifestando a sua preocupação com a elevada abstenção, «Os Verdes» destacam o crescimento da CDU em número de votos e mandatos – apesar da «forte discriminação por parte dos órgãos da comunicação social». Esse crescimento, consolidado desde 2002, «em tudo se deve à coerência do trabalho realizado» e «a um efectivo contacto muito directo com as populações», afirmam os ecologistas, que, com os seus dois deputados eleitos, irão prosseguir «um trabalho de grande seriedade no Parlamento, com muita determinação, em grande coerência» com tudo aquilo a que se comprometeram no decorrer da campanha.