O ouro está a sair dos EUA
Os bancos centrais estrangeiros têm vindo a retirar «activamente» o ouro que tinham depositado no Banco da Reserva Federal de Nova Iorque, pelo que a quantidade do precioso metal hoje existente no banco norte-americano está no nível mais baixo das últimas décadas.
Segundo informou a RT no início da semana, desde 2014 que os bancos centrais europeus retiraram do Banco da Reserva Federal de Nova Iorque um total de 246 toneladas de ouro. A Alemanha, avança a RT, foi o primeiro país a pedir a devolução das suas 120 toneladas de ouro; seguiu-se a Holanda (122 toneladas) e em Maio soube-se que a Áustria fez repatriar a maior parte das suas reservas, para voltar a depositá-las, designadamente na Suíça. Resta saber quais as razões que estão por detrás destas alterações.
Este movimento, que tem reflexos no preço do ouro – o valor tende a diminuir com o aumento da oferta – fez-se já sentir na Bolsa de Metais de Londres, que segundo notícias vindas a público esta semana está praticamente sem ouro «real» porque terá sido «todo comprado pela China e pela Índia».
Alguns especialistas consideram que a compra de ouro por bancos centrais de diferentes países, entre os quais se inclui também a Rússia, a par do aumento da produção do metal precioso, pode estar relacionada com a criação de um novo instrumento financeiro do bloco dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). As reservas do bloco – já bastante elevadas – podem ainda aumentar significativamente no caso de, como se admite, o Sudão vir a integrar os BRICS. As reservas do Sudão ascendem a 46 000 toneladas. Em Julho último, ainda segundo a RT, o governo sudanês assinou um contrato com uma das empresas russas de mineração de ouro para produção conjunta do metal, e Moscovo planeia colaborar na construção de uma fábrica de processamento de ouro no Sudão, que a concretizar-se será a primeira deste tipo em África.