A gota de água foi a decisão da gestão PS de encerrar escolas no Pilado, Garcia, Albergaria, Pedrulheira, Amieira e Picassinos, tomada a pretexto da construção de um novo centro educativo. O processo, lembra em comunicado a Comissão Concelhia da Marinha Grande do PCP, foi desencadeado pelo presidente Álvaro Pereira no momento em que a vereadora da Educação, Alexandra Dengucho, se encontrava de férias.

A autarca foi pois «confrontada com directivas» que implicavam «o encerramento de um conjunto de escolas, tendo, na ocasião, os eleitos pelo PCP-PEV informado a maioria PS «sobre a posição da CDU» e alertado «inúmeras vezes para a necessidade de desencadear um processo de reflexão e discussão alargado junto da comunidade escolar».

A direcção concelhia do Partido nota, ainda, no texto datado de 18 de Agosto, que pesem as tentativas de exclusão da CDU do processo, os vereadores nunca se demitiram das suas responsabilidades, tendo impulsionado uma ampla auscultação com a comunidade educativa enquanto o presidente da CMMG «procurava avançar a todo o custo».

Direcção do Agrupamento, associações de pais e encarregados de educação, professores e auxiliares manifestaram-se junto da vereadora da Educação e através de outras iniciativas contra os encerramentos, pelo que Alexandra Dengucho insistiu junto de Álvaro Pereira para que reunissem, o que não foi possível devido à reiterada indisponibilidade do presidente.

Nesse contexto, a CDU tornou pública a sua posição sobre os encerramentos, lembrando que no seu programa eleitoral assegurava que a construção de um novo centro educativo não podia implicar o fecho de escolas de proximidade. Ao contrário, o PS omitiu à população as implicações que previa com a nova construção, acusa-se.

No documento divulgado pela Comissão Concelhia do PCP e pelos vereadores eleitos nas listas da CDU, explica-se também que o PCP-PEV não é «contra o desenvolvimento» nem contra melhores condições para as crianças, sublinhando que na vereação e na gestão da Junta de Freguesia da Marinha Grande, de maioria CDU, têm obra de requalificação de escolas a prová-lo.

«O presidente da CMMG não conta com a CDU para implementar medidas que afastam as crianças dos seus lugares de residência e dos seus familiares», garante o PCP, antes de lembrar que «a CDU assumiu responsabilidades em vários pelouros com autonomia de decisão política, financeira e de gestão de pessoal», mas que «no último ano, o presidente parece ter rasgado o compromisso assumido, retirando aos vereadores da CDU as mais elementares condições de trabalho no seio do executivo camarário.

«Enquanto vereadores sem pelouros tudo faremos, ao lado dos marinhenses, para impedir o encerramento de escolas. Continuaremos a trabalhar com as populações na defesa dos seus direitos e aspirações», conclui-se.