Revolução Cidadã debaixo de fogo
Representantes de 40 organizações sociais de Azuay, província andina do Equador, divulgaram anteontem uma carta em que afirmam o seu apoio ao governo e ao presidente Rafael Correa, repudiam a paralisação nacional convocada para hoje, 13, pela oposição, e anunciam uma vigília permanente para defender a democracia.
No documento, os subscritores – em que se incluem afroequatorianos, camponeses e indígenas – valorizam o processo de diálogo nacional implementado por Rafael Correa, bem como as políticas do governo em prol das camadas mais pobres da população.
Os signatários, rejeitando que os «representantes da partidocracia no Equador falem em nome da maioria», afirmam ainda que participarão no Diálogo para a Igualdade e Justiça que o governo está a promover desde Junho, na sequência da apresentação dos projectos de lei para taxar as heranças e mais-valias, o que terá sido o detonador da contestação de direita e das acções violentas que se têm registado no país. Apesar do governo ter suspendido temporariamente as referidas propostas e aberto um amplo espaço de debate, a oposição continua a apelar à desobediência civil e agendou para hoje a referida «paralisação geral».
Segundo as autoridades, já participam nas mesas de diálogo cerca de nove mil pessoas, 995 organizações e 840 governos autónomos descentralizados. De acordo com o Secretário Nacional de Planificação Estratégica, Pablo Muñoz, a maioria deseja manter o rumo seguido nos últimos oito anos pela chamada Revolução Cidadã, designadamente no respeitante às políticas para reduzir a pobreza, aumentar a produção, implementar o investimento público e privado. Trata-se, naturalmente, de um caminho que não interessa às forças do capital.