O primeiro candidato de uma lista de 15 homens e mulheres, com idades entre os 23 e os 71 anos, que se apresentam às legislativas de 4 de Outubro na força política-eleitoral que reúne comunistas, ecologistas e independentes (ver caixa), encerrou a sessão pública, realizada em Benavente, sábado, 25. Antes, intervieram Octávio Augusto, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, João Luís Madeira Lopes, membro da Associação Intervenção Democrática, Sónia Colaço, membro do Partido Ecologista “Os Verdes”, os quais destacaram, dando exemplos concretos – caso das votações ocorridas no último dia da actual legislatura –, as provas dadas pelos candidatos em defesa da região e do seu povo. 
Semelhante sublinhado foi feito, posteriormente, por António Filipe, para quem «os candidatos da CDU são bem conhecidos de quem luta, de quem não se conforma com as políticas de direita que têm sido aplicadas no País», sendo, por isso, «uma lista de quem está disponível para prosseguir a luta por uma alternativa patriótica e de esquerda para Portugal».
Antecipando o silêncio mediático sobre a iniciativa e aproveitando a ocasião para traçar uma das marcas distintivas da CDU face às demais forças políticas, o deputado eleito por Santarém desde 2009 constatou que «para muitos, esta lista não é notícia. Não andámos à pancadaria uns com os outros para saber quem faria parte [dela]», facto que demonstra que «nenhum de nós se apresenta a estas ou a outras eleições à procura de obter vantagens, benesses ou protagonismos pessoais».
O compromisso que assumem os candidatos da CDU, prosseguiu António Filipe, «é o de lutar no parlamento, como em todo o lado, para derrotar as políticas de direita e para afirmar a necessidade de soluções para Portugal, que travem o longo ciclo de declínio e empobrecimento em que os governos do PS, do PSD e do CDS mergulharam o nosso País».
«Ao longo de toda a legislatura que agora termina ficou muito clara a diferença dos eleitos da CDU» face aos deputados de outras siglas com assento no hemiciclo. Desde logo porque «não temos uma cara aqui e outra na AR», lembrou. «Na última legislatura, o distrito de Santarém teve na AR nove deputados da troika (PS, PSD e CDS) e um único deputado contra a troika, o da CDU. O povo deste distrito tem no próximo dia 4 de Outubro a oportunidade de dar mais força a quem luta pelos seus direitos, elegendo mais deputados da CDU», apelou ainda António Filipe.

Depois de se deter sobre as consequências da profunda crise económica e social nacional, acentuada pela adesão de Portugal à moeda única e agravada pela crise por que passa o sistema capitalista, de registar as responsabilidades de PSD, PS e CDS e apontar a falsidade não apenas da leitura que procuram impor sobre a realidade, mas igualmente do rol de promessas a que já se dedicam numa desavergonhada caça ao voto, o primeiro candidato do PCP-PEV pelo distrito escalabitano insistiu que «as eleições de 4 de Outubro «são a oportunidade ao dispor do povo português para forçar uma viragem na vida nacional».
«O que está em causa nestas eleições é, desde logo, derrotar os partidos da troika», pois «entre PSD, CDS e PS não há males menores».
Nesse sentido, «para que a mudança seja possível é preciso reforçar de forma decisiva a força política que sempre se opôs às políticas responsáveis pela crise que tantos sacrifícios tem imposto aos portugueses», disse, antes lançar o repto: «os portugueses não podem desperdiçar votos. Não podem ficar em casa afastados da política, como se a política não lhes entrasse pela porta dentro. Não podem desperdiçar votos em oportunistas de última hora que nunca vimos nas duras lutas que travámos contra as políticas de direita, mas que em vésperas de eleições aparecem a querer capitalizar o descrédito que as políticas de direita lançaram sobre a política nacional».
«Para aqueles que, perante a gravidade dos problemas nacionais, parecem mais interessados em brincar aos partidos e às coligações, os portugueses só têm uma resposta a dar: deixá-los a brincar sozinhos, porque o País tem problemas muito sérios para resolver e há uma força política onde votar – a CDU, que faz toda a diferença», concluiu.

Candidatos por Santarém

António Filipe, 52 anos; João Madeira Lopes, 71 anos; Filipa Rodrigues, 36 anos; Paulo Bacelar Macedo, 54 anos; Sónia Colaço, 37 anos; Fernanda Cardigo, 46 anos; Rui Aldeano, 32 anos; Inês Correia, 40 anos; Augusto Figueiredo, 57 anos; Cristina Tomé, 49 anos; Luís Lourenço, 47 anos; Joana da Cruz Ferreira, 23 anos; Rui Rodrigues, 38 anos; Anabela França, 49 anos; Miguel Silva, 29 anos.