PP e PSOE facilitam planos do Pentágono

Rampa imperialista

As forças maioritárias do Congresso de Deputados de Espanha aprovaram, dia 16, o acordo entre Espanha e os EUA sobre a base militar de Morón de la Frontera.

EUA reforçam presença militar em Espanha

Image 18617

Com excepção dos deputados da Esquerda Plural, a generalidade das formações políticas representadas manifestaram o seu apoio à conversão da base militar de Móron, perto de Sevilha, em sede permanente da força do Comando dos Estados Unidos para África.

O objectivo declarado pelos EUA é dispor de capacidade militar para responder a crises, principalmente no Norte de África e no Médio Oriente. Morón é apresentada como «uma base mundial de luta contra o terrorismo jihadista».

O governo de Mariano Rajoy, pela voz do ministro dos Assuntos Externos e da Cooperação, José Manuel García-Margallo, justificou a cedência à estratégia agressiva dos EUA, alegando que a Espanha pode ser «um alvo terrorista em qualquer momento».

Ponto de vista oposto foi defendido pela Esquerda Plural, o único grupo a apresentar uma proposta de rejeição, em que denuncia a perda de soberania e considera que o objectivo dos EUA não é combater o terrorismo, mas assegurar o domínio do Norte de África para controlar o petróleo.

Sublinhando que o novo estatuto da base transformará a região da Andaluzia num «foco de instabilidade», a proposta denuncia o propósito dos EUA de continuarem a ser «os senhores do mundo», precisando para isso de controlar «os recursos naturais com o uso da força».

Os deputados da esquerda chamaram ainda a atenção para «a instabilidade que se vive na Líbia, onde o Estado Islâmico está a ganhar força, em consequência da nefasta intervenção militar neste país em 2011, tornando-o num dos países mais inseguros não só para o seu povo, mas também para o resto do planeta».

O novo «Convénio de Cooperação para a Defesa», negociado a passo acelerado para entrar em vigor antes das eleições gerais, torna indefinida a permanência em Morón de uma força de ataque norte-americana, com 2200 efectivos militares e 500 civis, apoiados por 21 aeronaves de transporte, reabastecimento e apoio operacional.

Além disso, Espanha permite o desembarque provisório de 800 efectivos e 14 aeronaves suplementares, elevando assim para três mil o número total de militares norte-americanos naquela base.

O contingente militar norte-americano em Espanha poderá assim passar dos actuais 4750 para um total de 7750 efectivos.



Mais artigos de: Europa

Greves quase impossíveis

O governo conservador britânico anunciou, dia 15, um projecto de lei que torna praticamente impossível, ou ineficaz, a realização de greves no país.

Aeroporto vendido por 10 mil euros

O aeroporto «internacional» de Ciudad Real, em Castela-Mancha, foi vendido em leilão, dia 17, pelo montante irrisório de 10 mil euros. Inaugurada em 2008, a infra-estrutura representou um investimento de 450 milhões de euros, mas está fechada há três anos, depois de...

Deputado denuncia restrições<br>no acesso ao TTIP

Numa pergunta dirigida, dia 16, à Comissão Europeia, o deputado do PCP no PE, Miguel Viegas, denuncia as condições «aviltantes» impostas aos deputados que desejam consultar a documentação relativa às negociações do Acordo de Parceria...

UE: o vazio da palavra

Nas últimas semanas, têm sido propalados até à exaustão os conceitos que procuram recentrar este projecto de integração capitalista que é a União Europeia, como o projecto da Europa dos valores, construída com um pano de fundo de «valores...