Em Vila Real, no sábado à noite, o comício teve lugar em plena Praça do Município e juntou dezenas de apoiantes da coligação PCP-PEV, que ouviram as intervenções de Jerónimo de Sousa, da primeira candidata da CDU pelo distrito, Júlia Violante Correia, e do dirigente do PEV José Luís Ferreira. Já em Bragança, o comício realizou-se na tarde de domingo no auditório Paulo Quintela, onde intervieram, para além do Secretário-geral do Partido, Jorge Humberto Fernandes e José Castro, respectivamente primeiro candidato e mandatário da lista pelo distrito, e ainda do dirigente da Associação Intervenção Democrática José Vicente.

Referindo-se a questões relevantes da política nacional, Jerónimo de Sousa acusou o Governo de procurar esconder os 280 mil postos de trabalho destruídos entre 2011 e 2013 e de só falar dos 170 mil que supostamente criou de então para cá. Para além disso, acrescentou, a generalidade dos postos de trabalho criados são «precários e sem direitos». Traçando um balanço negro de quatro anos de governação PSD/CDS, Jerónimo de Sousa lembrou os cortes nos apoios sociais, como o subsídio de desemprego, ao mesmo tempo que cada vez mais trabalhadores se encontram desempregados.

Os 800 mil portugueses em risco de pobreza e o meio milhão que tiveram que emigrar são outras trágicas consequências do agravamento da política de direita verificado nos últimos quatro anos – que o dirigente comunista considerou «dramáticos», marcados pelo agravamento da dívida, do desemprego, das injustiças sociais e da dependência face ao estrangeiro. O dirigente comunista não deixou de lembrar as responsabilidades do PS, pelo que fez quando esteve no governo, pelo que apoiou do que de mais grave o actual executivo realizou e também pelo que se propõe fazer no seu programa eleitoral.

Nos vários discursos proferidos nos dois comícios ficou claro que os distritos de Vila Real e Bragança foram profundamente afectados pela intensificação da política de direita nos anos dos PEC, do pacto de agressão e da (mal) chamada «saída limpa». A emigração em massa, para o litoral e para o estrangeiro, a desertificação e o abandono são algumas das consequências mais visíveis e gravosas.

Para toda esta situação contribuiu decisivamente a política de encerramento administrativo e arbitrário de serviços públicos levada a cabo pelos governos do PS e do PSD/CDS, que põe seriamente em causa os direitos universais à Educação, Saúde e Justiça que a Constituição da República consagra. A entrega da Casa do Douro a uma «instituição criada à pressa» assume, para o Secretário-geral do PCP, proporções de «escândalo nacional». As propostas da coligação PCP-PEV para os pequenos e médios agricultores foram reafirmadas em diversas intervenções.