Encabeçada por Francisco Lopes, actual deputado e membro dos organismos executivos do Comité Central do PCP, a lista da CDU é composta por 23 candidatos, 10 dos quais são mulheres, provenientes de todos os concelhos do distrito. Da sua composição sobressai uma profunda ligação ao movimento sindical, operário e associativo e às autarquias da região. O mandatário é o antigo presidente da Câmara Municipal do Seixal – e actual presidente da Assembleia Municipal –, Alfredo Monteiro.

No comício de apresentação da lista, realizado na sexta-feira à noite na Praça da Portela, no Laranjeiro (Almada), Jerónimo de Sousa valorizou o grupo de candidatos que a compõem, reconhecendo-lhes «capacidade» e «ligação aos problemas da região». Para o Secretário-geral do Partido, a coligação que une comunistas, ecologistas e democratas sem partido «tem soluções» e «acredita de facto na possibilidade de um Portugal com futuro», ao mesmo tempo que se orgulha de «fazer o que diz» e «cumprir o que promete». O seu património de «verdade, honestidade, trabalho e competência» é reconhecido e fala por si.

Perante uma praça repleta, com mais de mil pessoas, o dirigente comunista reafirmou a importância das próximas eleições legislativas, que considerou uma «grande oportunidade para que os democratas e patriotas, para que todos os que aspiram a uma vida melhor, expressem a vontade de pôr fim ao caminho de empobrecimento, exploração, dependência e abdicação dos interesses nacionais que PSD, CDS e PS têm imposto ao País». Da parte dos comunistas e dos seus aliados, garantiu, «estamos nesta batalha com uma grande confiança na possibilidade de continuar o caminho de reforço da CDU com mais votos e mais deputados, uma confiança reforçada pela consciência do dever cumprido».

O voto da alternativa

Antes, Francisco Lopes tinha já garantido ao povo do distrito de Setúbal que «a sua vida não tem que estar sujeita à política de exploração e empobrecimento» e deixado uma palavra de estímulo ao prosseguimento e intensificação da luta em defesa de direitos. «A todos dizemos: aproveitem o vosso voto, votem na CDU para penalizar o PSD/CDS-PP e o PS, os partidos responsáveis pela degradação da situação do povo, do distrito e do País», afirmou o candidato, sublinhando que «cada voto na CDU contribui para eleger mais deputados que, na Assembleia da República, dirão não! a todas as malfeitorias contra os trabalhadores e o povo» e «dirão sim! às soluções necessárias à melhoria dos direitos e das condições de vida».

Realçando a «política de verdade» sobre a qual assentam os compromissos assumidos pelas forças que compõem a CDU, Francisco Lopes lembrou que esta característica distintiva da coligação PCP-PEV se revela em várias dimensões: na acção diária nas empresas e locais de trabalho, no movimento popular e associativo e no poder local democrático e, também, na intervenção na Assembleia da República.

No compromisso que os candidatos da CDU pelo distrito de Setúbal apresentarão aos eleitores, revelou Francisco Lopes, estará presente uma «estratégia integrada de desenvolvimento assente na produção nacional, na criação de emprego, na valorização do trabalho e dos trabalhadores, na melhoria dos salários e pensões, nos apoios às crianças e aos jovens, no apoio aos reformados, pensionistas e idosos, na defesa dos serviços públicos» (ver caixa).

Intervieram ainda no comício o mandatário da candidatura, a dirigente do PEV Heloísa Apolónia, e João Vicente, da Associação Intervenção Democrática.

Desenvolvimento económico

e progresso social

Na sua intervenção, Francisco Lopes revelou aspectos centrais do compromisso dos candidatos da CDU pelo distrito de Setúbal, que será apresentado em breve. Entre outras questões, o actual deputado e primeiro candidato às próximas eleições destacou que os eleitos da coligação PCP-PEV se baterão pelo desenvolvimento da rede pública de creches e a expansão do pré-escolar, o apoio à cultura, o reforço da rede de Ensino Superior público, da investigação e desenvolvimento, a defesa do SNS, a melhoria e desenvolvimento dos transportes públicos, a criação do sistema intermunicipal de captação e abastecimento de água em alta, a valorização do património natural e a reposição das freguesias.

Tal como fizeram na legislatura que agora termina, os deputados do PCP e do PEV continuarão também a pugnar pelo «investimento no aumento da capacidade produtiva na indústria, na agricultura e nas pescas, no apoio ao desenvolvimento do sector do turismo, na construção de equipamentos e infra-estruturas essenciais ao desenvolvimento». Para a CDU, incluem-se nos investimentos necessários a construção da Terceira Travessia do Tejo (Barreiro-Lisboa), o novo Aeroporto de Lisboa em Alcochete, a defesa e modernização do pólo ferroviário do Barreiro, o alargamento da rede do Metro Sul do Tejo, o desenvolvimento da actividade portuária (nomeadamente em Setúbal, Barreiro e Sines), a concretização do projecto do Arco Ribeirinho Sul, a melhoria da acessibilidade rodoviária aos principais centros urbanos, a construção do Pólo logístico do Poceirão, a modernização da ligação ferroviária de Sines e a garantia do Arsenal do Alfeite como «componente essencial e indissociável da Marinha Portuguesa e do seu papel de defesa da soberania nacional».

Os candidatos

Para além de Francisco Lopes, 59 anos, que a encabeça, a lista da CDU é composta pelos seguintes candidatos: Paula Santos, 34 anos, PCP; Heloísa Apolónia, 46 anos, PEV; Bruno Dias, 38 anos, PCP; Rui Higino, 48 anos, PCP; Margarida Botelho, 38 anos, PCP; José Lourenço, 57 anos, PCP; Vanda Figueiredo, 40 anos, PCP; Manuel Rocha, 49 anos, independente; António Magrinho, 41 anos, PCP; Fernanda Pésinho, 46 anos, PEV; Frederico Pereira, 65 anos, PCP; Paulo Costa, 27 anos, JCP/PCP; Vivina Nunes, 52 anos, ID; Ricardo Balona, 36 anos, PCP; Paula Bravo, 45 anos, PCP; Nuno Martins, 37 anos, PCP; Paula Pereira, 41 anos, PCP; Carlos Almeida, 58 anos, PCP; Jorge Magrinho, 44 anos, PCP; Susana Silva, 34 anos, PEV; Francisco Jesus, 39 anos, PCP; Camila Malhadais, 78 anos, independente.