Cancele-se a privatização
O PCP emitiu, no dia 10, um comunicado em que exige o «imediato cancelamento do processo de privatização da EMEF e da CP Carga, bem como dos restantes processos de privatização em curso», reafirmando a necessidade de inverter o que considera ser um caminho de «pulverização e destruição da ferrovia». O Partido, que acusa o Governo de estar a pôr em risco empresas estratégicas, defende uma empresa ferroviária «reunificada, nacional e pública, no quadro de um investimento na ferrovia que se impõe».
A decisão recente do Conselho de Ministros de passar à fase de negociação com os putativos «compradores» da EMEF e da CP Carga (respectivamente um e três candidatos) acontece precisamente num momento em que é já evidente o «carácter criminoso destas opções, nomeadamente depois do Tribunal de Contas ter recusado o visto a 364 milhões de euros de contratos entre a EMEF e a CP que o Governo mandou celebrar atabalhoadamente». Também a decisão de oferecer as locomotivas da CP ao «comprador» da CP Carga suscitou uma «justa indignação».
O processo em que o Governo mergulhou a ferrovia, acusa o PCP, «já atrasou em mais de dois anos a reparação de meio de vida dos Alfa-Pendulares, com prejuízos económicos e financeiros e para a fiabilidade e segurança da operação ferroviária, ameaçando paralisar toda a operação». Nem toda a propaganda da CP e da Infraestruturas de Portugal consegue iludir a degradação acelerada da ferrovia, por «culpa das opções do Governo» e do «silêncio cúmplice do PS». No comunicado, o PCP saúda a luta dos trabalhadores do sector, particularmente as acções previstas para ontem, 15, no Metro de Lisboa e na Carris, e a jornada de hoje na EMEF e na CP Carga.
O PCP lembra ainda os casos em curso na TAP – em que está já a ser transferido valor para fora da companhia – e nas empresas Metro do Porto, STCP, Metro de Lisboa e Carris, onde a «desastrosa e ilegal reestruturação» que está a ser imposta degradou a resposta operacional destas empresas «aos níveis mais baixos de sempre».