Administração Pública concentra-se frente
ao Parlamento

Trabalhadores não abdicam

Milhares de trabalhadores e dirigentes sindicais da Administração Pública mobilizaram-se, dia 19, contra a degradação dos salários, o roubo de direitos e a destruição de serviços públicos, afirmando a necessidade de ruptura com a política de direita.

Portugal terá futuro se respeitar os direitos dos trabalhadores

Image 18464

O protesto, promovido pela Frente Comum, visou também denunciar a política que está na origem dos problemas sentidos pelos funcionários públicos e pelas populações, as medidas que o Governo quer aplicar na fase final do mandato e, da mesma forma, as declarações que mostram a intenção de prosseguir com o mesmo rumo.

No final da concentração, os trabalhadores aprovaram uma carta aberta, a enviar aos órgãos de soberania, onde se sublinha que a política de direita levada a cabo pelo Governo PSD/CDS-PP é responsável pelo roubo de direitos aos trabalhadores e pelo empobrecimento do País.

Presente na mobilização, o secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, afirmou que os trabalhadores da Administração Pública «não abdicam de continuar a lutar pelos seus direitos e salários, pela progressão nas carreiras que lhes está a ser negada por este Governo, pela defesa de serviços públicos de qualidade e contra as privatizações».

O dirigente da Intersindical disse ainda que os trabalhadores protestam porque «esta política é errada», tendo já ficado demonstrado que «não responde aos problemas dos trabalhadores e das populações».

Com as eleições legislativas a aproximar-se, os trabalhadores exigem respostas urgentes para os seus problemas, «e não para as calendas»: a reposição dos salários, o desbloqueamento das carreiras, a valorização das profissões e dos profissionais, a manutenção das 35 horas semanais para todos os trabalhadores, defendeu Arménio Carlos.

Deixou, no entanto, o alerta: antes de sair, o Governo pretende levar a efeito alterações legislativas lesivas para os interesses dos trabalhadores, «ir o mais longe possível», numa «política de terra queimada». Com esta política, com este Governo «não há futuro para Portugal», disse, pelo que urge romper com ela e «criar as condições necessárias» para que PSD e CDS sejam derrotados nas próximas eleições.

Também Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum, sublinhou a necessidade de se romper com a actual política, que empobreceu o País, os trabalhadores e reduziu os seus direitos. Por seu lado, Dulce Pinheiro, do Secretariado da Fenprof, teceu críticas à política de municipalização e apelou à luta de todos «por serviços públicos de qualidade, de proximidade e de acesso generalizado».




Mais artigos de: Trabalhadores

Luta intensa pelos direitos

Pese embora as dificuldades e resistências encontradas, o CESP/CGTP-IN deu a conhecer, numa folha sindical, vários ganhos obtidos nas negociações com patronato em diversos sectores, sobretudo em matéria salarial.

Forte adesão à luta

Na Panrico, no Metro de Lisboa e na Camac, os trabalhadores mostram grande determinação contra a prepotência do patronato na defesa dos postos de trabalho, da contratação colectiva, dos direitos e dos salários.

Milhões <br>para o ensino privado

Uma listagem de 656 turmas, dos 5.º, 7.º e 10.º anos, em todo o território nacional continental, a serem consignadas ao ensino privado, foi divulgada num documento em que o Ministério da Educação e Ciência (MEC) noticia a abertura do concurso de acesso ao apoio...

Fenprof exige soluções

Após a publicitação, dia 19, das listas definitivas de ordenação, colocação e exclusão de docentes, a Fenprof concluiu que ficam por afectar às escolas cerca de 30 mil professores – aproximadamente um quarto dos docentes necessários às...

Solidariedade com migrantes

A CGTP-IN associou-se a uma jornada internacional de solidariedade com os migrantes no Mediterrâneo e, na concentração que promoveu em Lisboa no dia 19, exigiu que «a tragédia pare, agora». Para a central sindical, a escandalosa situação...

Roubo aos sinistrados

O Governo suspendeu o regime de actualização das pensões por incapacidade permanente e por morte resultantes de acidente de trabalho. O decreto-lei, publicado no dia 16, produz efeitos de 1 de Janeiro a 31 de Dezembro do ano corrente, não prevendo qualquer actualização deste...