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Trabalhadores não abdicam
Milhares de trabalhadores e dirigentes sindicais da Administração Pública mobilizaram-se, dia 19, contra a degradação dos salários, o roubo de direitos e a destruição de serviços públicos, afirmando a necessidade de ruptura com a política de direita.
Portugal terá futuro se respeitar os direitos dos trabalhadores
O protesto, promovido pela Frente Comum, visou também denunciar a política que está na origem dos problemas sentidos pelos funcionários públicos e pelas populações, as medidas que o Governo quer aplicar na fase final do mandato e, da mesma forma, as declarações que mostram a intenção de prosseguir com o mesmo rumo.
No final da concentração, os trabalhadores aprovaram uma carta aberta, a enviar aos órgãos de soberania, onde se sublinha que a política de direita levada a cabo pelo Governo PSD/CDS-PP é responsável pelo roubo de direitos aos trabalhadores e pelo empobrecimento do País.
Presente na mobilização, o secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, afirmou que os trabalhadores da Administração Pública «não abdicam de continuar a lutar pelos seus direitos e salários, pela progressão nas carreiras que lhes está a ser negada por este Governo, pela defesa de serviços públicos de qualidade e contra as privatizações».
O dirigente da Intersindical disse ainda que os trabalhadores protestam porque «esta política é errada», tendo já ficado demonstrado que «não responde aos problemas dos trabalhadores e das populações».
Com as eleições legislativas a aproximar-se, os trabalhadores exigem respostas urgentes para os seus problemas, «e não para as calendas»: a reposição dos salários, o desbloqueamento das carreiras, a valorização das profissões e dos profissionais, a manutenção das 35 horas semanais para todos os trabalhadores, defendeu Arménio Carlos.
Deixou, no entanto, o alerta: antes de sair, o Governo pretende levar a efeito alterações legislativas lesivas para os interesses dos trabalhadores, «ir o mais longe possível», numa «política de terra queimada». Com esta política, com este Governo «não há futuro para Portugal», disse, pelo que urge romper com ela e «criar as condições necessárias» para que PSD e CDS sejam derrotados nas próximas eleições.
Também Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum, sublinhou a necessidade de se romper com a actual política, que empobreceu o País, os trabalhadores e reduziu os seus direitos. Por seu lado, Dulce Pinheiro, do Secretariado da Fenprof, teceu críticas à política de municipalização e apelou à luta de todos «por serviços públicos de qualidade, de proximidade e de acesso generalizado».