do mundo do trabalho
Mais força à luta
Sob o lema «Valorizar o trabalho e os trabalhadores», realizou-se, na terça-feira, 28, em Lisboa, uma audição para construir o Programa Eleitoral que o PCP apresentará às eleições para a Assembleia da República.
Na Casa do Alentejo, o PCP ouviu e recolheu contributos [que serão noticiados na próxima edição do Avante!] daqueles que no dia-a-dia organizam a luta dos trabalhadores em defesa dos seus direitos e interesses de classe e que bem conhecem os seus problemas, os seus anseios e reivindicações.
No final da iniciativa, onde estiveram cerca de 200 pessoas, Jerónimo de Sousa referiu que as intervenções ali produzidas «mostram bem os efeitos da política de direita prosseguida nos últimos 38 anos e, mais recentemente, as políticas dos PEC e o pacto de agressão subscrito por PS, PSD e CDS, que à vez ou em conjunto têm desgovernado este País» e «deram conta da brutal ofensiva de agravamento da exploração em curso contra os trabalhadores, traduzida nas alterações às leis laborais, no ataque à contratação colectiva, na desvalorização dos salários, no aumento e desregulamentação dos horários, na generalização da precariedade e no alastramento do desemprego e da pobreza».
Política alternativa
Perante a realidade, torna-se imperativa a necessidade de ruptura com o rumo de declínio nacional prosseguida pelos partidos do arco (e do ciclo) da política de direita, impondo-se a opção por uma política patriótica e de esquerda. Alternativa possível com o alargamento da expressão eleitoral da CDU, já nas próximas eleições legislativas.
«A valorização do trabalho e dos trabalhadores é um eixo essencial de uma política alternativa, objecto e condição do desenvolvimento e do progresso social», salientou o Secretário-geral do PCP, defendendo a necessidade de criar postos de trabalho, travar a sua destruição e combater os despedimentos, assim como assegurar a protecção no desemprego; melhorar o poder de compra dos salários; acabar com os bloqueios à negociação colectiva e repor os direitos postos em causa pelo Código de Trabalho e pela legislação laboral da Administração Pública; assegurar a estabilidade e a segurança; combater a desregulação dos horários e eliminar a precariedade; garantir condições de trabalho dignas, incluindo a qualidade do emprego, a redução dos horários de trabalho e a formação profissional; promover o investimento num perfil económico assente em mão-de-obra qualificada; ter direitos individuais e colectivos desenvolvidos e efectivos; combater as políticas anti-laborais da União Europeia.