Os vereadores da CDU na Câmara de Aljustrel foram recentemente confrontados com a inevitabilidade de o município ter de pagar uma dívida contraída em pouco mais de um ano (parte de 2013 e 2014) de 732 487,92 euros, acrescidos de 81 870,79 euros de juros, num encargo total de 814 358,71 euros, à empresa Águas Públicas do Alentejo, sob a pena de ver as suas receitas serem retidas nas transferências do Orçamento do Estado.

Para os eleitos do PCP este valor, «revelador de uma reprovável gestão financeira», encontra-se muito acima do que foi anunciado em Novembro de 2014 (573 136,01 euros). «Verifica-se uma sistemática insistência em não satisfazer os compromissos assumidos com uma entidade com a importância que tem um sector tão sensível, como é o do abastecimento público de água», referem, em nota de imprensa, os vereadores comunistas.

Recorde-se que o município de Aljustrel contraiu, num passado recente, um avultado empréstimo por via do Programa de Apoio à Economia Local, o qual também serviu para saldar dívidas contraídas, entre 2010 e 2012, às Águas Públicas do Alentejo, que rondavam os 484 mil euros. Contudo, o serviço da dívida não parou de aumentar, traduzindo desta forma uma enorme irresponsabilidade com consequências desastrosas para a saúde financeira do município.

Exigindo que a Câmara «salde as suas dívidas», os eleitos alertam para o facto de a autarquia poder vir a ter que aumentar o preço da água por via das dívidas e, em última instância, privatizar o sistema de distribuição de água em baixa.