Partido cresce e organiza a luta
O PCP está cada vez mais presente junto dos trabalhadores e do povo, estimulando, organizando e mobilizando para a luta em defesa de direitos, salários e condições de vida.
Reforço do Partido e intensificação da luta andam lado a lado
Em Aveiro, o PCP emitiu um comunicado, no passado dia 1, em que manifesta a sua «total solidariedade com a greve dos trabalhadores da Renault Cacia», que nesse mesmo dia teve lugar. Considerando «inteiramente justa a reivindicação de aumentos salariais», o Partido lembra que a Renault triplicou os seus lucros no ano de 2014, enquanto que os trabalhadores da fábrica de Cacia viram o seu salário congelado.
No comunicado da Comissão Concelhia de Aveiro, o PCP chama a atenção para as incongruências da administração, que teima em não aumentar os salários ao mesmo tempo que reconhece que estes representam a «parte menos significativa dos custos de produção». Porém, no final do primeiro turno de greve, «apareceu a chorar lágrimas de crocodilo para a comunicação social, dizendo que a adesão massiva significava uma “perda” de cerca de um milhão de euros». Para o Partido, a conclusão que se tira de toda esta situação é que, por dia, se produz três milhões de euros (e por ano mais de mil milhões) em componentes automóveis. Assim sendo, garante o PCP, é «mais do que justificável» o aumento dos salários.
Valorizando o acto de «coragem e lucidez» que representa esta greve, realizada também «contra as pressões, a chantagem, a arrogância e os malabarismos estatísticos» da administração, o PCP apela aos trabalhadores para que prossigam a luta «até que saiam vitoriosos», derrotando o modelo de baixos salários e elevada precariedade – que o patronato e os sucessivos governos têm vindo a impor. Para esta luta, garante-se no comunicado, trabalhadores da Renault Cacia «podem contar com a activa solidariedade do PCP», como aliás foi visível nos próprios piquetes de greve.
O Secretariado da Direcção da Organização Regional do Algarve do Partido saudou, num comunicado de dia 4, a determinação demonstrada pelos trabalhadores do Club Praia da Rocha que, «depois de 15 dias e 15 noites concentrados à porta do hotel em luta pelo pagamento de salários em atraso, alcançaram um acordo com o patronato com vista ao pagamento dos montantes devidos a cerca de três dezenas de trabalhadores». Foi, garante o Partido, uma «vitória da coragem, determinação e dignidade».
Resistir e lutar
Entretanto, nas empresas do sector ferroviário de Lisboa, a organização do Partido está a distribuir aos trabalhadores um comunicado contendo a posição assumida pelo PCP aquando do anúncio do Governo de que a privatização da EMEF e da CP Carga iriam avançar. O Sector dos Transportes da ORL do Partido acrescenta à posição assumida pelo Gabinete de Imprensa um alerta aos trabalhadores para o «processo de destruição e desarticulação da ferrovia nacional», para as manobras da administração visando dividir os ferroviários e ainda para o papel, neste processo,«dos verdadeiros ministros de Portugal: os administradores da Siemens, da DB, da SNTCF, da Mota-Engil e similares». A unidade e a luta dos ferroviário, conclui, será determinante para travar estas privatizações.
O PCP esteve também junto dos trabalhadores da BA Vidros, na Marinha Grande, na greve que estes realizaram pela reposição dos direitos consagrados no contrato colectivo do sector do vidro de embalagem e que a empresa tem vindo a retirar. Entre os direitos que a empresa pretende retirar ou fragilizar conta-se a restituição dos dias de compensação e do subsídio de refeição durante os dias de compensação; e o pagamento das horas extra, do trabalho suplementar e em dia feriado. Os trabalhadores querem ainda negociar um Acordo de Empresa que consagre todos os direitos adquiridos pelos e que se encontram consagrados no CCT do sector.
Esta greve teve uma forte expressão na Marinha Grande – sete das oito máquinas estiveram paradas – e fez-se sentir também nas unidades de Avintes, Porto e Amadora. Ela foi, ainda, o assunto em destaque no boletim de empresas da Direcção da Organização Regional de Leiria do Partido.
Na edição de Abril do boletim da célula do Spacio Shopping dos Olivais, o PCP apela à defesa dos direitos, garantindo que a melhor forma de o fazer é exercendo-os no dia-a-dia. «Não se pode construir um país à custa da mão-de-obra barata, escrava – uma sociedade não é feliz, nem quem vive nela, com fome, sem saúde, sem educação, sem justiça e sem cultura», lê-se num dos textos do boletim.
Instrumento de intervenção
Para além das empresas e locais de trabalho, o Partido reforça a sua organização e intervenção noutras frentes. Em Viseu, no dia 28 de Março, teve lugar a primeira reunião de reformados da Organização Regional, convocada para debater os problemas que afectam esta camada social e decidir as medidas que urge implementar para dinamizar e reforçar o movimento unitário neste importante e significativo sector social.
Na reunião participou Jorge Figueiredo, membro do PCP e integrante dos corpos sociais do MURPI, que se referiu à luta travada por aquele movimento em defesa dos direitos dos reformados e por transformações políticas que defendam uma Segurança Social pública, ao serviço dos trabalhadores e do povo. No próximo dia 11, realçou, tem lugar uma jornada de luta em todo o País, sob o lema «Contra o aumento do custo de vida, pela valorização das reformas e pensões», o que mereceu o interesse dos participantes, que se decidiram de imediato pela participação numa das concentrações que terão lugar numa cidade próxima e pela tomada de posição sobre os problemas que afectam os reformados do distrito.
Ficou desde logo constituída uma comissão dinamizadora de uma estrutura unitária de reformados no distrito, ligada ao MURPI, que agendou uma reunião para poucos dias depois. Os presentes atribuíram-se ainda a tarefa de procurar sensibilizar outros militantes do Partido reformados, de diferentes concelhos, para a importância da criação de núcleos que dêem corpo à futura associação. Do ponto de vista do Partido, ficou agendada uma nova reunião para o início de Maio, inserida na preparação da 10.ª Assembleia da Organização Regional de Viseu, que terá lugar no dia 24 desse mês.