Clamor anti-imperialista
O presidente Nicolás Maduro apresenta na Cimeira das Américas, que amanhã e sábado decorre no Panamá, milhões de assinaturas contra a classificação da Venezuela como uma ameaça por parte dos EUA.
A recolha de milhões de assinaturas representa uma vitória da paz
À assembleia promovida pela Organização de Estados Americanos (OEA), o presidente venezuelano deverá levar cerca de dez milhões de subscrições do texto lançado no âmbito da campanha mundial «A Venezuela não é uma ameaça». O cumprimento daquele objectivo encontrava-se, sábado, 4, muito próximo de ser atingido, isto considerando apenas as assinaturas recolhidas no país.
Aos oito milhões de subscrições que, segundo Nicolás Maduro, já haviam sido garantidas internamente, acrescem as obtidas nas representações diplomáticas da Venezuela, através de organizações e colectivos solidários para com a revolução e a República Bolivariana ou na Internet.
É assim provável que o número inicialmente traçado de dez milhões de pessoas a repudiarem o decreto imperial, emitido a 9 de Março por Barack Obama, seja inclusivamente ultrapassado. Razão pela qual o presidente venezuelano vaticinou, no dia de Páscoa, através da rede social Twitter (onde as etiquetas da campanha continuam entre as mais populares) que a iniciativa prosseguia «rumo à vitória da paz».
Unidade latino-americana
Na Cimeira das Américas, deverá, igualmente, ter continuidade a unidade latino-americana manifestada desde a classificação da Venezuela como uma ameaça pelos EUA, expressa, entre outras, em posicionamentos assumidos pela UNASUL, CELAC ou ALBA. Neste contexto, percebe-se que a administração norte-americana tenha vindo, quinta-feira, 2, declarar-se «decepcionada» pelo facto de poucos países terem defendido e compreendido a posição norte-americana.
As palavras da subsecretária de Estado Roberta Jacobson foram, entretanto, comentadas pelo executivo de Caracas como a admissão do fracasso da ofensiva de Washington. Decepção que «continuará cada vez que o império pretenda subjugar povos livres da América Latina», cuja maioria de países, incluindo «aqueles que não partilham a nossa perspectiva ideológica», considerou «inaceitável» o decreto de Obama notando que «o que está em jogo é a soberania» e o estabelecimento de «relações de respeito e igualdade», lembrou, sexta-feira, 3, Ernesto Villegas, em nome do governo venezuelano.