Defender a paz e a liberdade
A União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) realizou no sábado, 28, em Lisboa, a sua Assembleia Geral, onde analisou a actividade dos últimos dois anos, traçou linhas de trabalho futuro e elegeu os novos corpos sociais. Entre sócios e convidados, da JCP, da Associação Conquistas da Revolução e de «A Voz do Operário», estiveram várias dezenas de pessoas na Biblioteca Museu República e Resistência.
Durante os trabalhos – dirigidos por João Corregedor da Fonseca que, na mesa, se fez acompanhar por Susana Luís e Américo Leal – valorizou-se as inúmeras actividades realizadas pelos núcleos da URAP (Almada, Alhandra, Peniche, Porto, Santa Iria de Azóia e Setúbal), relacionadas com as comemorações dos 40 anos do 25 de Abril e com a defesa da paz, da liberdade e da democracia.
Entre muitas outras iniciativas, promoveu-se ainda, no último ano, uma sessão de aniversário do II Congresso Republicano de Aveiro e efectuou-se a habitual homenagem aos tarrafalistas, com uma romagem ao Mausoléu dos Resistentes Anfifascistas Mortos no Tarrafal, no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa, não sendo esquecido José Barata, ex-tarrafalista e membro fundador da URAP, que faleceu aos 97 anos.
Para além da participação e colaboração em vários colóquios, sessões, debates e homenagens, a URAP organizou ainda, entre 28 de Janeiro a 12 de Fevereiro, a vinda da Tocha da Federação Internacional de Resistentes a Portugal, iniciativa integrada no 70.º aniversário do fim da II Guerra Mundial.
Continuar o trabalho
No Plano de Actividades para 2015/2016 – documento aprovado por unanimidade, assim como o relatório de actividades e os novos corpos sociais – a URAP propõe continuar a realizar sessões nas escolas, em colectividades e outras estruturas populares sobre o 25 de Abril. Em Peniche, integrado no programa da Câmara Municipal, será apresentado o projecto «Memorial», com os nomes de todos os presos que passaram pelo Forte e cuja investigação, na Torre do Tombo, foi realizada pela URAP.
Em Maio vai ainda ter lugar o «Comboio dos 1000», que levará jovens de vários países da Europa a visitar Auschwitz, o campo de concentração onde foram assassinados milhares de democratas e onde se praticaram as mais terríveis torturas.
Neste capítulo, a URAP promete ainda lutar contra a nova tentativa do «Museu Salazar», para que, cumprindo a Constituição da República, Santa Comba não se transforme num «santuário» ao fascismo.
No final desta iniciativa, João Corregedor da Fonseca apelou à participação de todos nas manifestações do 25 de Abril e do 1.º de Maio, que «deverão ser uma expressão do nosso grande descontentamento». «São as lutas, umas pequenas, outras maiores, que, como a experiência do passado nos ensinou, acabarão por alterar esta política e trazer de novo o que conquistámos com o 25 de Abril», afirmou.