Apelo sem ilusões ao Governo

«Parem de atacar a ferrovia!»

A fusão da Refer com a Estradas de Portugal e a privatização da EMEF e da CP Carga representariam «uma machadada de custos colossais e consequências irreversíveis».

Centenas de ferroviários participaram, em Lisboa, na jornada de protesto de 26 de Fevereiro, realizada por iniciativa das comissões de trabalhadores da CP, CP Carga, Refer e EMEF, da Comissão Central de Reformados e de uma dezena de organizações sindicais, entre as quais a Fectrans/CGTP-IN e o SNTSF.
A concentração começou pouco depois das 14 horas, frente à sede da CP, e terminou junto ao Ministério da Economia, para onde os ferroviários se deslocaram em manifestação. No edifício da Rua da Horta Seca foi deixada uma expressiva carta-aberta ao secretário de Estado que tutela os transportes.
Primeiro, as organizações promotoras desta acção lembram a Sérgio Monteiro que os ferroviários sofreram «os mais brutais ataques do actual Governo» e «as consequências da degradação do sector ferroviário nacional, fruto de um processo que este governo não inaugurou mas se encarregou de intensificar».
Reportando ao «caminho já trilhado por alguns países europeus», alertam que «aquilo que o Governo, pela sua mão, hoje tenta impor no sector, a ser concretizado, seria uma machadada de custos colossais e consequências irreversíveis». Concretizam, apontando «a destruição da Refer no quadro da sua fusão com a Estradas de Portugal» e as «ameaças de liquidação/privatização da CP Carga e da EMEF».
Sublinham que estas matérias não são decididas em Bruxelas e acusam o secretário de Estado de, ao afirmar o contrário, querer «cobardemente lavar as mãos de uma decisão que cabe inteiramente ao Governo» e que mantém o «velho objectivo de entregar as linhas lucrativas da CP à exploração privada».
«Mais do que um ultimato ou um caderno reivindicativo, queremos deixar ao Governo um apelo: parem de atacar a ferrovia!» – e isto sucede porque não alimentam «ilusões ou expectativas face ao actual Governo», o qual «não possui a menor legitimidade para impor um pacote desta dimensão, para mais na fase terminal do seu mandato e quando os seus projectos não reúnem qualquer consenso no seio da ferrovia nacional ou da sociedade portuguesa».
Para amanhã, ficou marcada nova reunião das organizações de trabalhadores, com vista a discutir novas acções.

Os sindicatos do Metropolitano de Lisboa, saudando a unidade e a coragem dos trabalhadores que aderiram em força à greve parcial de 24 de Fevereiro, adiaram a paralisação agendada para dia 27 e esperam que uma reunião com a administração, amanhã, seja produtiva e evite futuros conflitos, avançando na solução de problemas laborais concretos e na inversão do rumo de degradação do serviço público prestado.

Uma greve ao trabalho extraordinário começou este mês e pode prolongar-se até ao fim do ano, na Horários do Funchal, para levar a principal empresa madeirense de transportes públicos a cumprir a lei e o contrato colectivo, revelou o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Actividades Metalúrgicas, da CGTP-IN.

 



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