A Voz do Operário celebra 132 anos e homenageia Manuel Gusmão
Com a homenagem a Manuel Gusmão, poeta, ensaísta, professor universitário e membro do Comité Central do PCP, no próximo dia 28 de Fevereiro, a Sociedade de Instrução e Beneficência A Voz do Operário encerra as comemorações do seu 132.º aniversário, iniciadas no dia 13 de fevereiro – data da fundação da Instituição – e que no passado dia 25 levaram cerca de um milhar de crianças dos três aos 12 anos, e 400 adultos, entre dirigentes, trabalhadores e associados, para um dia de festa no Rossio.
Ontem, o Rossio acolheu a festa dos alunos dos seis espaços educativos de A Voz do Operário; entre jogos, cantigas, pinturas, workhops, aulas de dança, judo, karaté e muita animação, na Praça D. Pedro IV esteve patente uma exposição alusiva à história da Instituição e ao seu método pedagógico assente no Movimento da Escola Moderna. A festa terminou com um espectáculo em que participaram o grupo Fungaguinhos (com as canções de José Barata Moura) e Carlos Alberto Vidal, conhecido como Avô Cantigas.
No dia 28 de Fevereiro, A Voz do Operário encerra as comemorações dos seus 132 anos, com um jantar comemorativo, seguido da sessão solene e homenagem a Manuel Gusmão, uma homenagem que resulta do reconhecimento de Manuel Gusmão enquanto intelectual e militante comunista inequivocamente comprometido com a luta dos trabalhadores, num percurso de vida também ao serviço da Cultura.
Uma grande instituição do sector social
Criada em 1883 pelos operários da indústria tabaqueira, A Voz do Operário é hoje uma das maiores instituições da economia social, com mais de 220 trabalhadores e frequentada por mais de um milhar de utentes.
Desde 2013 que a Instituição é responsável por seis espaços educativos – Ajuda, Baixa da Banheira, Graça, Laranjeiro, Lavradio e Restelo –, tendo-lhe sido atribuída recentemente a gestão de mais um espaço na freguesia da Ajuda, Lisboa, que aguarda financiamento do Governo, através da Segurança Social, para entrar em funcionamento.
De um saldo negativo superior a 236 mil euros apresentado em 2011, A Voz do Operário terminou o ano de 2014 com um resultado positivo de quase 20 mil euros, traduzindo o esforço de consolidação financeira que a Direcção da Instituição tem vindo a desenvolver e que «permite encarar com optimismo o futuro da Sociedade», de acordo com Manuel Figueiredo, presidente de A Voz do Operário.
Fundada por operários que pugnavam por uma vida digna, a Sociedade de Instrução e Beneficência A Voz do Operário mantém-se fiel ao ideário que presidiu à sua fundação de contribuir para a formação e elevação da consciência cívica, cultural e social dos seus associados e dos que nela fazem aprendizagens, sem esquecer os que nela trabalham; no seguimento da sua política de remunerações acima da contratação colectiva para o sector social, em Janeiro, a Instituição procedeu a nova actualização salarial, claramente acima da inflação, e traduzida num crescimento real dos salários dos seus trabalhadores.