Precariedade alastra em Lisboa

O Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) alerta para a crescente degradação dos vínculos laborais na Câmara, juntas de freguesia e empresas municipais da capital. Em conferência de imprensa de lançamento de uma campanha contra a precariedade, articulada com a iniciativa que está a ser dinamizada pela Interjovem/CGTP-IN, o STML considerou que a fragilização das relações de trabalho é «uma das consequências do processo de transferência de competências para as juntas de freguesia».

Mas não só, adverte o STML, para quem o aumento exponencial das contratações de prestadores de serviço, estagiários curriculares e profissionais, bem como o recurso aos chamados Contratos de Emprego-Inserção, decorre «das políticas de desinvestimento que se têm verificado nos serviços municipais, acentuadas desde que António Costa assumiu os destinos da cidade», lê-se no folheto dirigido aos trabalhadores do município «alfacinha».

Na conferência de imprensa, o sindicato anunciou ainda que a este propósito vai realizar um plenário junto à Assembleia Municipal de Lisboa, no próximo dia 24, e forneceu detalhes sobre a situação na esfera municipal.

De acordo com Nuno Almeida, citado pela Lusa, na Câmara existem entre 300 a 400 trabalhadores precários, a maioria dos quais na limpeza urbana, mas também na habitação, saneamento, Casa dos Animais, Julgados de Paz e Brigada de Calceteiros.

Segundo o sindicalista, nas juntas de freguesia – para onde foram transferidos 1270 trabalhadores (1121 do quadro e 149 prestadores de serviço) da Câmara de Lisboa até ao final de Dezembro de 2014 –, existem cerca de 300 funcionários com vínculos precários, incluindo na Acção Educativa e entre os jardineiros, quadro que pode vir a agravar-se e, por outro lado, regista-se igualmente nas empresas municipais, onde cerca de uma centena de trabalhadores estão em condições análogas, referiu.




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