Privatização da TAP é «crime»
O Secretário-geral do PCP esteve reunido,no dia 11, com representantes dos trabalhadores da TAP solidarizando-se com a sua luta em defesa da empresa e dos postos de trabalho.
A TAP emprega directamente mais de 12 mil trabalhadores
LUSA
À saída da reunião, em declarações aos jornalistas, Jerónimo de Sousa valorizou a luta em curso contra a privatização da transportadora aérea nacional, sublinhando que ela associa a defesa do interesse nacional e dos direitos dos trabalhadores.
Esta privatização, reafirmou Jerónimo de Sousa, é um «crime», não só porque a TAP emprega mais de 12 mil trabalhadores (para além dos 10 mil postos de trabalho indirectos que lhe estão associados), mas também por se tratar de uma «empresa-bandeira» que é fundamental para a mobilidade e para estabelecer a ligação com as comunidades portuguesas espalhadas pelo Mundo. Quanto às razões invocadas pelo Governo para levar por diante a alienação da empresa, o Secretário-geral do Partido rejeita que não seja possível ao Estado investir numa empresa pública. Sobretudo quando este mesmo Governo «tem facilitado a vida a outras empresas com as Parcerias Público-Privadas, beneficiando as empresas “low-cost”».
Para Jerónimo de Sousa, basta lembrar privatizações passadas para se ter noção do que vai suceder com a TAP. Nesses processos «perderam os trabalhadores, mas perdeu também o País», privado de alavancas económicas fundamentais para o seu crescimento e desenvolvimento.
Nesse mesmo dia, a plataforma que congrega os 12 sindicatos representados na empresa, apresentou um pré-aviso de greve para o período entre 27 e 30 de Dezembro. Entretanto, anteontem, o dirigente do PCP voltou a referir-se a este assunto manifestando a sua preocupação com a possibilidade de o Governo tentar impedir a paralisação, pondo em causa o direito constitucional à greve. O dirigente comunista garantiu que os trabalhadores «estão a exercer um acto constitucional na defesa dos seus interesses». Além disso, ao condicionarem a suspensão da greve à prévia suspensão da privatização, os trabalhadores demonstram que não estão a «fazer a greve pela greve», mas que buscam objectivos concretos com a paralisação.
Quanto ao impacto que a greve possa causar no sector do turismo, pela data em que se realiza, Jerónimo de Sousa lembrou que a privatização da TAP significará um «atentado ao interesse nacional», e que isso sim deveria merecer preocupação generalizada. A TAP, lembre-se, é a principal exportadora nacional.