O Partido da verdade e da alternativa
O Secretário-geral do PCP participou, no fim-de-semana, em duas grandes iniciativas, em Albergaria-a-Velha e em Peniche, nas quais reafirmou a necessidade e a possibilidade de uma política alternativa.
O poder político está capturado pelos interesses económicos
Inseridas na acção nacional do PCP que visa afirmar os eixos fundamentais da política patriótica e de esquerda que propõe para o País, as duas iniciativas do fim-de-semana demonstraram igualmente aquela que é uma realidade há muito evidente: o Partido Comunista Português está maior, mais organizado e mais interventivo.
As centenas de pessoas que, no domingo, encheram por completo o pavilhão do Sporting Clube da Estrada, em Peniche, e os mais de 300 militantes e simpatizantes que na véspera participaram no almoço-convívio de Albergaria-a-Velha são disso testemunho. Neste último concelho, em pleno distrito de Aveiro, Jerónimo de Sousa valorizou tão expressiva participação numa iniciativa partidária, considerando que ela demonstra que também nas zonas de menor implantação o Partido cresce e avança. Esta realidade é visível tanto nos resultados alcançados pela CDU nos mais recentes actos eleitorais como nos novos recrutamentos aí efectuados.
Nas intervenções que proferiu tanto numa como noutra acção, o Secretário-geral do Partido referiu-se aos sucessivos casos de justiça que têm abalado os partidos da política de direita, do BES aos «vistos dourados», passando pela mais recente detenção de José Sócrates (ver caixa). Para o dirigente do PCP, o alastramento das redes de corrupção, a proliferação das teias de negociatas, dos compadrios, da fraude e evasão fiscais são o «resultado acumulado de uma política de anos ao serviço da recuperação capitalista e reconstrução dos grandes grupos económicos monopolistas e do seu domínio, protagonizada por sucessivos governos».
Uma só cara
Jerónimo de Sousa lembrou ainda que a Constituição da República afirma, como princípio fundamental, que o poder económico se deve submeter ao poder político. Porém, acrescentou, o poder político «deixou-se capturar pelo poder económico», o que é patente na natureza da política prosseguida há 38 anos, ao serviço dos interesses dos poderosos. Cabe ao povo, com a sua luta, retomar os caminhos que Constituição aponta e recolocar o poder político ao serviço dos trabalhadores, do povo e do País, acrescentou.
Após reafirmar que o PCP «está em condições de assumir as responsabilidades que o povo português lhe entenda atribuir», o dirigente comunista reafirmou a política alternatica patriótica e de esquerda que os comunistas propõem, lembrando as condições para a sua concretização: a intensificação da luta de massas, a convergência dos democratas e patriotas e o reforço do Partido.
Garantindo que o PCP tem «uma só cara» e «honra sempre a palavra dada», Jerónimo de Sousa reafirmou: «Temos um projecto, temos um ideal e temos uma forma diferente de estar na política porque nós, o Partido Comunista Português, estamos aqui para servir os interesses do povo e do País e não para nos servimos a nós próprios.»