Razões de confiança
A inauguração de uma casa nova é, por norma, um dia de alegria. Faz-se projectos, descobre-se cantos e recantos, cheira a novo. A inauguração de um novo Centro de Trabalho do Partido é também um dia feliz. Por estes dias, depois da inauguração do novo Centro de Trabalho do Partido em Viseu, foram inaugurados os Centros de Trabalho em Arcos de Valdevez e no Funchal.
Os CT são espaços abertos ao povo e só assim fazem sentido
LUSA
Ponto de encontro, espaço de reunião, oficina de trabalho, área de convívio, local de afirmação, os Centros de Trabalho do Partido não servem apenas para ter e para mostrar.
Os Centros de Trabalho, sendo uma base, útil mas não indispensável nem suficiente para o Partido cumprir o seu papel de organização e defesa da classe operária, dos trabalhadores, dos pequenos e médios agricultores e empresários, das populações, das mulheres, da juventude, enfim, de todas as camadas antimonopolistas, têm que servir para o Partido se voltar para fora, para as massas, como condição essencial do seu reforço, da ampliação da sua capacidade de intervenção e do seu prestígio. Caso contrário, representariam apenas um peso, uma fonte de problemas e questões a resolver.
Eles devem servir para garantir ao Partido as condições para o reforço da sua actividade, iniciativa e organização, para ajudar ao alargamento da propaganda e da afirmação próprias e das suas posições, para o que só temos que contar com as nossas próprias forças, em tempos de brutal silenciamento e deturpação da nossa mensagem. São espaços, no imediato, para preparar e dinamizar a acção nacional de contactos para a actualização de dados, a entrega do novo cartão e a elevação da militância, tarefa central e estruturante para levar por diante o reforço do Partido.
São, em muitos casos, elemento agregador, como aconteceu no caso dos Arcos de Valdevez, em que a organização do Partido, pequena, se mobilizou para transformar, em acção militante, um espaço que estava fechado há mais de uma dezena de anos, portanto sujo, desarrumado, escuro, frio, num local aprazível para voltarmos a ter uma casa do Partido no concelho, dezenas de anos depois do assalto e incêndio do Centro de Trabalho, em Agosto de 1975. Face a esse episódio, parte integrante de uma ofensiva, que era, no fundo, uma ofensiva contra Abril e as suas conquistas, que visava pôr em causa a democracia que dava ainda os primeiros passos, por parte dos sectores mais reaccionários, mas com o silêncio cúmplice de alguns sectores democráticos, o Partido não ficou paralisado, nem deixou de intervir, usando espaços cedidos por militantes e democratas para as suas reuniões e actividades. É particularmente significativo que o Partido volte a ter o seu Centro em Trabalho dos Arcos, exactamente no ano em que assinalamos os 40 anos do 25 de Abril.
Espaços abertos ao povo
Os Centros de Trabalho são espaços do PCP. Para fazermos as nossas reuniões, organizarmos o nosso Partido, prepararmos as iniciativas. Mas são, mais do que isso, espaços abertos ao povo, e só assim fazem sentido.
Assim são os Centros de Trabalho e assim é a Quinta do Cabo, espaço novo para uma Festa do Avante! maior, cuja aquisição o Secretário-geral anunciou na abertura da última Festa e que encheu de contentamento militantes do Partido e amigos da Festa que enchiam por completo a Praça da Paz, para participarem no acto de abertura, e que se estende por estes dias a todas as reuniões do Partido.
A aquisição da Quinta do Cabo traz de novo à evidência um Partido que é diferente de todos os outros. Um Partido que decide de forma independente o que é melhor para si, e logo para os trabalhadores, para o povo e para a nossa pátria, porque pode dirigir-se àqueles, aos democratas, para que contribuam para fazer face às despesas que tais decisões implicam. Pode falar-lhes, olhos nos olhos, com a força de quem nunca virou a cara à luta, e de quem conta apenas com o apoio daqueles para o desenvolvimento da sua iniciativa e acção.
A inauguração de novos Centros de Trabalho do Partido é, também, razão de confiança. No Partido e na sua capacidade realizadora. Nos trabalhadores e no povo e no seu apego aos valores de Abril. Na sua luta e na possibilidade de derrotar este Governo e a política de direita, e de construir a alternativa patriótica e de esquerda de que o País precisa e que os trabalhadores e o povo reclamam. Na capacidade de cumprirmos o nosso papel na luta que é de sempre e de todos os dias pela Democracia Avançada com os Valores de Abril no futuro de Portugal, na luta pelo socialismo, pelo comunismo.