As portas que a Festa abre
Quando esta edição do Avante! chegar às mãos da maioria dos seus leitores, já as portas da Quinta da Atalaia se abriram à torrente de homens, mulheres, jovens e crianças que durante três dias farão da Festa do Avante! a maior, mais bonita, alegre, solidária e combativa iniciativa político-cultural do nosso País.
A Festa é liberdade, criação, participação, aprendizagem
Assistir à entrada dessa torrente de vontades e de sentimentos, a esse caudal de alegria e fraternidade é uma experiência que faz transbordar de orgulho todos aqueles que com a sua vontade, criatividade, força, ideais, trabalho e entrega irão fazer funcionar a Festa e ergueram durante meses, em milhares e milhares de horas de trabalho voluntário, com inúmeras ideias ali materializadas, esse projecto colectivo que é a cidade de três dias que muitos apelidam – parafraseando uma das bonitas frases das músicas de Jorge Palma – de «terra dos sonhos».
Mas se é verdade que a Festa do Avante! abre todos os anos as portas aos mais bonitos sonhos individuais e colectivos, não menos verdade é que a sua realização só é possível porque milhares de homens, mulheres e jovens – militantes comunistas, democratas e progressistas, amigos da festa e do PCP – dão, antes, durante e depois da Festa, conteúdo prático, real e concreto à poderosa ideia de que é a acção, o conhecimento e a contribuição individual, inserida na vontade colectiva movida por ideais, que pode rasgar as alamedas do futuro e fazer com que todos tomem nas suas mãos o destino das suas vidas, transformando o presente, a própria vida, a sociedade e o Mundo. É esse o segredo da Festa!
A Festa do Avante! não é um sonho. É uma realidade bem concreta! Uma realidade nascida da luta de um povo que foi, há 40 anos, o protagonista da mais bela página da História de Portugal, a Revolução do 25 de Abril. Passados 40 anos da Revolução que reconquistou a liberdade e permitiu sonhar e lutar por um País justo, livre, democrático e soberano, a Festa aqui está, mais uma vez, assente na realidade do imenso e generoso colectivo partidário, renascida todos os anos cada vez mais bonita, espelhando as lutas de um povo que sofre mas que não verga e não se conforma com o rumo de desastre e retrocesso que a contra-revolução, o imperialismo e a política de direita têm imposto ao País.
A Festa é também isso, é a Festa de Abril, do povo, da sua luta e da sua força! É o inconformismo e a vontade de transformar tornados obra colectiva. É a luta tornada festa e a Festa tornada luta. A Festa é liberdade, é criação, é produção, é diálogo, é participação popular e juvenil, é tolerância, é aprendizagem, é entreajuda, é uma afirmação concreta e palpável dos valores da liberdade, da democracia, da solidariedade e do internacionalismo.
Ideais, valores, solidariedade
Mas é mais. É uma poderosa afirmação de força colectiva e de organização do Partido que a constrói – o PCP, com as suas características, princípios, base ideológica e programa – e, por isso, inseparável dos seus valores, ideais e concepção de funcionamento. E o que faz da Festa algo quase único em todo o Mundo é que, sendo o espelho daquilo que os comunistas são, pensam, fazem e defendem é, simultaneamente, e para nosso orgulho, «propriedade» do povo e património de Abril. Quando as portas da Quinta da Atalaia se abrem à tal torrente de vontades e sentimentos, a Festa não está pronta. Ela só fica completa com esses sentimentos e vontades que fazem com que nela, todos, com a sua diversidade, percursos, opções e origens, se sintam «camaradas» e parte integrante do seu conteúdo.
Mas a festa passa além-fronteiras. É um dos mais importantes encontros das forças comunistas e progressistas que em todo o Mundo abraçam a luta pelos direitos dos povos, pela paz, pela transformação social, pelo socialismo, contra a barbárie em que o desenvolvimento do capitalismo está a lançar o Mundo. Mais de 50 delegações estrangeiras farão da nossa Festa um extraordinário grito de solidariedade que ecoará por todo o Mundo. A solidariedade é a nossa força! E por isso este ano daremos especial atenção àqueles que vêm da martirizada Palestina e também a René González, um dos cinco patriotas cubanos antiterroristas que, agora em liberdade, visita a Festa.
Comemoramos este ano os 25 anos de Festa do Avante! em terreno nosso, na Quinta da Atalaia. Chão nosso, chão firme que nos permitiu melhorar em muito a qualidade da nossa Festa. Hoje, passados 25 anos, reabrimos as portas da Atalaia com uma mensagem de profunda confiança no futuro da Festa, do Partido que a edifica e no futuro de Portugal construído com a luta do nosso povo. Porque a Festa é mesmo isso: confiança, progresso e projecto. A Festa é futuro! As Portas que a Festa abre, ninguém mais as vai cerrar!