Luta prossegue no Metro de Londres

Emprego e segurança em risco

O pessoal das estações do Metro de Londres iniciou ontem, quarta-feira, 3, uma greve às horas extraordinárias e de zelo por tempo indeterminado.

A acção convocada pelo sindicato dos transportes RMT (National Union of Rail, Maritime and Transport Workers) inscreve-se na luta que vem sendo travada há oito meses, contra o encerramento das bilheteiras nas estações e a extinção de 953 postos de trabalho e a mudança de funções de centenas de trabalhadores com redução de salário.

A reorganização do Metro pretendida pelo presidente do município, o conservador Boris Johnson, visa obter uma redução nos custos com pessoal de 50 milhões de libras (63,2 milhões de euros) por ano.

Já no passado dia 22 de Agosto, o sindicato dos maquinistas (Aslef) havia paralisado por 24 horas o tráfego nas linhas Central, Waterloo e City do Metro londrino.

O sindicato acusou a empresa de não respeitar acordos e de cortar na segurança da circulação.

No dia 19 do mesmo mês, centenas de activistas do RMT e utentes levaram a cabo uma acção de protesto contra a subida vertiginosa dos preços dos bilhetes e a degradação do serviço nos caminhos-de-ferro britânicos.

Os sindicatos do sector afirmam que em cinco anos os preços aumentaram 60 por cento, enquanto os salários reais tiveram uma redução de seis por cento.

Ao mesmo tempo, desde a privatização nos anos 90, o serviço tem vindo a perder qualidade. A idade média do material circulante aumentou, situando-se em 18 anos, em resultado da diminuição para metade do investimento em equipamentos.

Entregues aos monopólios, os caminhos-de-ferro britânicos custam ao Estado cerca de seis mil milhões de libras por ano, ou seja, o dobro das subvenções públicas dadas ao sector antes da privatização.

Esta realidade não escapa à maioria dos britânicos. Segundo uma sondagem «YouGov», realizada em Outubro de 2013, 66 por cento inquiridos defendem a nacionalização do transporte ferroviário.




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