Estatísticas e realidade
As estatísticas estão longe de reflectir a realidade no que respeita à desigualdade de rendimentos entre homens e mulheres. De acordo com um estudo do instituto DIW de Berlim, o rendimento das mulheres na Alemanha representa em média 49 por cento do rendimento dos homens, considerados para além do salário também os ganhos de capital e rendas imobiliárias.
O estudo inédito, publicado dia 27 de Agosto, baseou-se nas declarações de rendimentos ao fisco em 2007 e concluiu que as desigualdades são muito superiores às estatísticas oficiais. Os dados do Destatis (organismo central de estatísticas) indicam que as mulheres na Alemanha ganham menos 22 por cento do que os seus colegas masculinos por cada hora de trabalho.
Porém, a diferença real é muito maior, afirma o autor do estudo do DIW, Stefan Bach, notando que as desigualdades têm origem sobretudo no mundo do trabalho.
As mulheres – explicou o investigador citado pela AFP – têm geralmente empregos mais mal pagos do que os homens, com mais frequência a tempo parcial, e a gravidez interrompe as suas carreiras. Tudo isto se reflecte depois nas pensões de reforma, nos subsídios de desemprego e outras prestações sociais.
Ao nível dos rendimentos de capital e rendas imobiliárias, esta diferença é atenuada. No primeiro caso, as mulheres auferem 66 por cento do rendimento dos homens, enquanto no segundo caso o seu rendimento é até ligeiramente superior ao dos homens.