Concessões ruinosas
A Direcção da Organização Regional do Porto do PCP comentou, no dia 30, os resultados da reunião desse mesmo dia do Conselho Metropolitano do Porto, onde foi debatido o processo de concessão dos transportes colectivos da região e decidido solicitar uma reunião do Governo para analisar a situação da STCP, numa admissão implícita do desenvolvimento do processo na Metro do Porto. Esta postura «cúmplice e submissa à estratégia do Governo de desmantelamento do sector público de transportes, ignorando o ataque em curso à EMEF, aceitando a concessão da Metro do Porto e, quanto à STCP, colocando apenas a necessidade de clarificar aspectos, é um «mau serviço» prestado à região, à sua população e aos seus trabalhadores, garante o PCP.
Na opinião do Partido, e contrariamente ao que «propagandeiam» o Conselho Metropolitano, autarcas e governantes, o modelo de consessão da Metro do Porto, que pretendem alargar à STCP, é «ruinoso para o País e para a região», pois consiste no pagamento, pelo Estado, de toda a infra-estrutura, das composições e da dívida acumulada pela empresa, «ficando para o privado a exploração do serviço com as inerentes receitas, a que se juntam as indemnizações compensatórias pagas pelo Estado ao concessionário». É, pois, um negócio claramente vantajoso para os privados, mas ruinoso para os cofres públicos, assegura a DORP.
A acrescer a isto, o PCP lembra que como sucedeu em todas as privatizações ou concessões, também nestes casos se verificará uma «degradação e diminuição do serviço prestado», bem como o aumento do custo para os utentes e para o próprio Estado. Ao mesmo tempo que ficará descartada qualquer perspectiva de novas linhas do Metro do Porto, designadamente a ligação à Trofa ou a Vila D`Este.
A resposta é a de sempre, garante o PCP: lutar em defesa do direito à mobilidade e aos transportes públicos, indissociável do combate pela derrota do Governo e da política de direita. Foi o que fizeram, no dia 1, os utentes junto da estação de São Bento.