Hoje, às 18h30, em Lisboa

Censura sai à rua

Exigir a demissão do Governo e a convocação de eleições é o objectivo da moção que por iniciativa do PCP se discute amanhã na Assembleia da República, censura que hoje, às 18h30, em Lisboa, terá expressão de rua numa marcha convocada pelo Partido, entre o Rossio e a Rua Augusta.

«Manter o Governo é impor o que pela luta e pelo voto os portugueses já disseram não querer»

A acção de massas, que contará com a participação do Secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, chama «todos os que são duramente atingidos pela política de direita a unirem forças na luta por um Governo patriótico e de esquerda que defenda os interesses do povo e do País», lê-se na tarjeta distribuída pela Organização Regional de Lisboa.
No texto de apelo à mobilização sublinha-se que a derrota infligida pelo povo nas urnas ao Governo PSD/CDS «agravou ainda mais a sua falta de legitimidade para governar», pelo que, adianta-se, «se o Presidente da República quiser respeitar o juramento que fez – cumprir e fazer cumprir a Constituição –, não lhe resta outra saída senão demitir o Governo».
As mesmas razões foram salientadas pelo presidente do Grupo Parlamentar do PCP na apresentação da moção de censura. Em conferência de imprensa realizada segunda-feira, 26, João Oliveira frisou que «é hoje indesmentível que a maioria existente na Assembleia da República apenas se pode manter contra a vontade dos portugueses», e considerou que «manter em funções este Governo e esta maioria parlamentar é impor aquilo que pela luta e pelo voto os portugueses já disseram não querer».
«Manter este Governo apenas contribuirá para deteriorar a situação política e impedir o regular funcionamento das instituições», disse ainda João Oliveira, antes de insistir que «a afirmação pelos portugueses, nas eleições de ontem [domingo, 25] e na luta travada nos últimos anos, de que não querem este Governo e esta política de exploração e empobrecimento, e o indesmentível isolamento social e político em que se encontram hoje o Governo e os partidos que o apoiam, são elementos que tornam insustentável manter tudo na mesma e exigem que se retire as devidas consequências políticas e institucionais, não só do resultado eleitoral mas também da luta que os trabalhadores e o povo têm travado contra este Governo e a sua política».

Há alternativa

«As consequências políticas e institucionais da censura eleitoral, política e social afirmada pelo povo português são naturalmente a demissão do Governo, a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições legislativas antecipadas, a que o PCP corresponde com a presente moção de censura», reiterou o também membro da Comissão Política do Comité Central, para quem a devolução da palavra ao povo se inscreve «no objectivo mais amplo de afirmar a ruptura com a política de direita e abrir caminho a uma política alternativa, patriótica e de esquerda que corresponda às aspirações e anseios dos trabalhadores e do povo».




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