Separar as águas
O PCP não participou na autodenominada «acção pública da classe política» em defesa do Ramal da Lousã, realizada no passado sábado. Num comunicado do Secretariado da Direcção da Organização Regional de Coimbra, tornado público dias antes, o PCP explica as razões da sua ausência desta acção.
Em primeiro lugar, lembra-se, o PCP e a CDU «sempre defenderam intransigentemente o Ramal da Lousã», a reposição dos carris e a electrificação e a modernização da linha, ao mesmo tempo que se opuseram desde o início à implementação da solução «Metro Mondego» neste ramal, entendendo que ele significaria a privatização, com prejuízos para os utentes e para o desenvolvimento do distrito. Mais recentemente, recorda-se ainda, os eleitos municipais da CDU de Miranda do Corvo, Lousã e Coimbra «defenderam a extinção da Empresa Metro Mondego e a canalização das verbas para modernizar e electrificar a linha do ramal da Lousã e melhorar os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra, assim como a devolução do seu património ao domínio público ferroviário e ao domínio municipal».
Já os três partidos da troika interna «enganaram as populações», tendo os executivos camarários de Coimbra, Lousã e Miranda do Corvo (PS e PSD) assinado de cruz a morte do Ramal, acusa o PCP. Com a utilização da expressão «classe política» para designar a acção pretende-se, tão somente, «branquear os verdadeiros responsáveis, tentando fazer passar a ideia de que os partidos são todos iguais».
O PCP contesta também a utilização, pelos promotores da iniciativa, da formulação «Ramal da Lousã/Metro Mondego» – por considerar que o projecto do Metro é em grande medida responsável pela destruição do ramal – e a própria data escolhida para a sua realização, precisamente no dia de reflexão eleitoral.