Crise na Ucrânia

Donetsk sob fogo

Kiev desencadeou, segunda-feira, 26, um ataque surpresa contra a cidade de Donetsk, ofensiva em que se contabilizavam, anteontem, cerca de uma centena de mortos, de acordo com as autoridades da auto-proclamada República Popular.

Objectivo da campanha é exterminar até ao último miliciano

Image 16044

Aviões de combate, blindados e helicópteros bombardearam uma estação ferroviária e o aeroporto internacional Sergei Prokofiev, o qual o governo golpista assegurava, terça-feira, 27, estar já sob o seu controlo, isto depois de grupos antigolpistas terem tomado a infraestrutura. O objectivo da campanha lançada por Kiev é exterminar até ao último miliciano, assumiu o vice-primeiro-ministro ucraniano, Vitali Yarema.

O presidente do parlamento da República Popular de Donetsk, Denis Pushilin, denunciou, entretanto, que grupos de atiradores furtivos disparam indiscriminadamente contra homens armados e civis, enquanto que o governador insurrecto, Pavel Gubárev, manifestou-se disposto a dialogar com o recém designado presidente da Ucrânia, impondo como condição o fim da campanha punitiva e a retirada das forças fiéis a Kiev.

Na cidade, os mineiros declararam-se, anteontem, em greve até à interrupção dos combates. Em Moscovo, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia apelou a Kiev para suspender a ofensiva e reiterou que respeita o resultado das «eleições» de domingo, 25, nas quais o magnata Petro Poroshenko reclamou vitória.

O poder golpista parece, no entanto, inamovível na sua intenção de prosseguir o ataque e, para além do recrudescimento do cerco e dos bombardeamentos contra Slaviansk, especula-se que idênticas operações podem estar para breve contra outras localidades do Leste e Sul da Ucrânia, onde o povo rejeita submeter-se aos fascistas. Poroshenko já afirmou que concorda com os ataques, pretendendo, apenas, que estes sejam mais eficazes e que os soldados estejam mais bem armados.

O fundamental da violência contra o Baixo Don está a ser assegurada por batalhões da Guarda Nacional, criados na base das unidades de combate do Sector de Direita, bem como por outros grupos milicianos nazi-fascistas, denunciam antigolpistas de Salviansk.




Mais artigos de: Internacional

Condenação global

A Venezuela pretende que aos países não-alinhados condenem a ingerência norte-americana nos assuntos internos do país, já repudiada unanimemente pela UNASUL e rechaçada pela maioria dos venezuelanos.

 

Salário, direitos e sindicato

Trabalhadores norte-americanos das cadeias de comida rápida realizaram, no dia 15, uma jornada de protesto pelo aumento do salário mínimo para os 15 dólares por hora, contra a precariedade e em defesa do direito à organização e acção sindical. A iniciativa...

Entre o Egipto e a Somália

O general que lidera uma ofensiva contra os bandos que controlam a Líbia desde o derrube de Muhamar Khadafi diz ter um mandato popular para restaurar a dignidade e a ordem no território. A declaração de Khalifa Haftar foi feita sábado, 24, um dia depois de populares terem saído...

Unidade

O presidente da Autoridade Nacional Palestiniana, Mahmud Abbas, anuncia hoje a composição do governo de unidade nacional integrado pela Fatah e pelo Hamas. O consenso entre as formações que governam a Cisjordânia e a Faixa de Gaza permite avançar para eleições...

EUA reforçam <br> posições na Nigéria

Os Estados Unidos estão a reforçar a presença militar na Nigéria e em outros países da região. A pretexto de auxiliar as autoridades nigerianas a encontrar as jovens raptadas há sete semanas, o presidente Barack Obama enviou 80...