Entre o Egipto e a Somália
O general que lidera uma ofensiva contra os bandos que controlam a Líbia desde o derrube de Muhamar Khadafi diz ter um mandato popular para restaurar a dignidade e a ordem no território. A declaração de Khalifa Haftar foi feita sábado, 24, um dia depois de populares terem saído às ruas das duas principais cidades do país, Tripoli e Benghasi, em apoio ao levantamento militar e contra a manutenção do poder pelos islamitas e respectivas milícias.
Haftar e o recém constituído Conselho Supremo que encabeça controlam, desde há cerca de uma semana, importantes posições em Benghasi, de onde terão logrado desalojar as brigadas que até aqui impunham a sua «lei» na cidade, sobretudo a Brigada 17 de Fevereiro.
Na capital, para já, mantém o controlo o Congresso Geral Nacional (CGN), liderado por Ahmed Miitig, que acusa o militar na reserva de levar a cabo um golpe de Estado.
Na madrugada de anteontem, Miitig escapou ileso a um atentado perpetrado por desconhecidos, sinal de que o conjunto de grupos armados que chamou em sua defesa (unidos sob o nome de Escudo Central Líbio e onde assume preponderância a infame brigada de Misrata), continuam a não garantir a segurança dos responsáveis pelo poder executivo e legislativo.
O poder do CGN é, aliás, assumidamente consentido por Haftar, que qualifica de transitória a responsabilidade de Miitig e exige a realização de eleições a 25 de Junho. Os islamitas do Escudo, por seu lado, apelam ao Exército Nacional Líbio, dirigido pelo general, para depor as armas, contenda que parece traçar dois cenários futuros: o assalto e tomada do poder por parte dos militares, como aconteceu no Egipto; ou o agravamento da divisão do país em áreas de influência de senhores da guerra, à imagem do sucedido na Somália.
Supostamente capturado pelos norte-americanos durante a campanha militar líbia no vizinho Chade, nos anos 80 do século passado, Haftar viveu nos EUA, a escassos quilómetros da sede da CIA, depois da derrota da Frente de Salvação que dirigia com o apoio de Washington. Em 2011 regressou à Líbia e integrou a cúpula da insurreição armada vinculada à agressão da NATO àquele país.
Haftar e o recém constituído Conselho Supremo que encabeça controlam, desde há cerca de uma semana, importantes posições em Benghasi, de onde terão logrado desalojar as brigadas que até aqui impunham a sua «lei» na cidade, sobretudo a Brigada 17 de Fevereiro.
Na capital, para já, mantém o controlo o Congresso Geral Nacional (CGN), liderado por Ahmed Miitig, que acusa o militar na reserva de levar a cabo um golpe de Estado.
Na madrugada de anteontem, Miitig escapou ileso a um atentado perpetrado por desconhecidos, sinal de que o conjunto de grupos armados que chamou em sua defesa (unidos sob o nome de Escudo Central Líbio e onde assume preponderância a infame brigada de Misrata), continuam a não garantir a segurança dos responsáveis pelo poder executivo e legislativo.
O poder do CGN é, aliás, assumidamente consentido por Haftar, que qualifica de transitória a responsabilidade de Miitig e exige a realização de eleições a 25 de Junho. Os islamitas do Escudo, por seu lado, apelam ao Exército Nacional Líbio, dirigido pelo general, para depor as armas, contenda que parece traçar dois cenários futuros: o assalto e tomada do poder por parte dos militares, como aconteceu no Egipto; ou o agravamento da divisão do país em áreas de influência de senhores da guerra, à imagem do sucedido na Somália.
Supostamente capturado pelos norte-americanos durante a campanha militar líbia no vizinho Chade, nos anos 80 do século passado, Haftar viveu nos EUA, a escassos quilómetros da sede da CIA, depois da derrota da Frente de Salvação que dirigia com o apoio de Washington. Em 2011 regressou à Líbia e integrou a cúpula da insurreição armada vinculada à agressão da NATO àquele país.