A mentira «limpa»
A CDU promove no sábado, 17, uma jornada nacional de esclarecimento sobre as mentiras e mistificações em torno da alegada «saída limpa» do pacto de agressão.
Não há nenhuma saída da troika nem ela é «limpa»
A jornada é concentrada apenas nesse dia, para o qual o Governo anunciou uma chamada saída da troika. «PSD e CDS batem palmas, o PS saúda», lê-se no folheto que será distribuído, intitulado «Atenção! Basta de mentiras e injustiças!». Para a Coligação PCP-PEV, não só o pacto de agressão não acabou «como a política da troika não se foi embora», o que fica claro com a intenção de PS, PSD e CDS de a prosseguirem até 2038, mantendo Portugal sob a «vigilância» da troika.
Quanto à natureza da saída, a CDU garante que «limpeza, só dos direitos dos trabalhadores e do bolso do povo», pois três anos de pacto de agressão deixaram um balanço negro no País: aumento brutal do desemprego e da pobreza, recessão económica, menos direitos laborais e sociais, alienação de empresas estratégicas fundamentais. Assim, conclui a CDU, «saída limpa, sim, para os especuladores, os grupos económicos e financeiros, a banca».
Alertando os trabalhadores e o povo para o que PSD e CDS estão a preparar, com o apoio do PS – no fundo, a continuação da política que, «nos últimos anos, infernizou a vida dos portugueses e empobreceu o País» –, a CDU garante que Portugal não está condenado ao rumo de desastre económico e retrocesso social: «há outro caminho», assente numa política patriótica e de esquerda, afirma-se no folheto. Para afirmar esta alternativa e para «dar mais força à luta em defesa dos direitos», acrescenta-se, há que eleger mais deputados da CDU para o Parlamento Europeu nas eleições do próximo dia 25.
Meios do Estado
No dia 12, a CDU endereçou um protesto ao Presidente da Comissão Nacional de Eleições sobre a realização, também neste sábado, de uma reunião do Conselho de Ministros. Para a CDU, é «absolutamente claro» que a convocação de uma reunião que tem, inquestionavelmente, um carácter extraordinário, e com a agenda para ela prevista, «só pode ser explicada com a intenção de se assumir como parte de uma intervenção ilegítima e ilegal num período crucial do debate eleitoral».
A Coligação PCP-PEV considera ainda que a reunião anunciada «não só exorbita as funções inerentes à mera actividade regular que a lei impõe aos órgãos de poder como constitui uma violação grosseira do princípio de imparcialidade a que o Governo está vinculado». Não estando em causa o direito de qualquer força política apresentar as suas propostas para o presente e o futuro, a CDU realça ser inadmissível o recurso a órgãos de poder para «intervir, directa ou indirectamente, no processo eleitoral por via do que decidem e do que tencionam projectar para a opinião pública».