Agressão imperialista à Síria

Damasco acusa EUA

A Síria diz ter provas do envolvimento dos EUA e da Turquia nos ataques químicos que lhe são atribuídos. A acusação foi feia em paralelo ao anúncio de que a destruição do arsenal químico sírio está praticamente concluída.

«A acusação imperialista é uma manipulação»

«A campanha de difusão do uso de substâncias tóxicas em diferentes partes da Síria para acusar o governo é uma tentativa de desviar a atenção para as informações que detemos sobre a participação de uma série de países, encabeçados pelos EUA e a Turquia, em ataques químicos nas províncias de Aleppo, Damasco e noutros lugares», afirmou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros sírio.

Faisal al-Miqdad não adiantou detalhes sobre as provas que Damasco diz possuir, mas a denúncia do envolvimento dos EUA, reiterada numerosas vezes desde o início deste mês, incluindo nas Nações Unidas, e coincidente com dados apurados por jornalistas de investigação norte-americanos, é secundada pela Rússia. Na sexta-feira, 25, Sergei Lavrov qualificou de falsidades a atribuição ao governo sírio da responsabilidade sobre os ataques químicos, o último dos quais ocorreu a a 12 de Abril na localidade de Kfar Zeita.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Moscovo considerou ainda que a acusação imperialista é uma manipulação dos factos e tem como objectivo fabricar pretextos para uma intervenção militar directa contra o país, afastada em Setembro do ano passado após a Síria se comprometer a destruir o seu arsenal químico.

As declarações do número dois da diplomacia síria foram feitas em paralelo ao anúncio de que o processo de liquidação das armas, agentes tóxicos e equipamentos se encontra na fase final. Ao lado de Faisal al-Miqdad, a coordenadora da missão conjunta da Organização para Proibição de Armas Químicas (OPAQ) e da ONU revelou que 92,5 por cento do total de armas e substâncias foram destruídas ou retiradas da Síria «em 18 operações que respeitaram a segurança das populações e do meio ambiente».

Sigrid Kaag pediu o empenho das autoridades na liquidação da pequena percentagem que falta e sublinhou que as ofensivas dos grupos armados, os quais não poupam os operacionais e a logística ao serviço da OPAQ, são o principal obstáculo ao cumprimento dos prazos estabelecidos. «Obtivemos sempre a colaboração construtiva e séria das autoridades», concluiu, por outro lado.




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