Mundo rural volta à greve
Pachón esclareceu que o Ministério da Agricultura não só não garantiu o cumprimento das promessas relativas à defesa do mundo rural face aos tratados de livre comércio celebrados com os EUA e alguns países europeus – questão de fundo que esteve no centro da marcha realizada no passado dia 18 de Março, na capital, Bogotá, como não apresentou soluções para outras matérias em discussão: os elevados custos dos factores de produção; o desrespeito pelo meio ambiente e a sobre exploração dos recursos; a democratização do acesso à terra; o reconhecimento de zonas de reserva e das propriedade das comunidades originárias; investimentos que elevem as condições de vida populares.
O Congresso dos Povos assegurava, no final da semana passada, que o campesinato estava mobilizado e disposto a cumprir a nova convocatória de greve em pelo menos 14 regiões. Camionistas e taxistas também poderiam aderir à greve, especulou-se durante o último fim-de-semana.
Petro restituído
Para além de frustrado o diálogo com o mundo rural, o governo liderado por Juan Manuel Santos sofreu, a semana passada, um outro revés, quando o Supremo Tribunal de Bogotá ordenou o regresso do presidente do município-capital, Gustavo Petro, ao cargo do qual havia sido afastado a 9 de Dezembro.
Numa breve alocução ao país, Santos argumentou não ter alternativa senão promulgar a decisão da Justiça, que acolheu o pedido de um cidadão que exigiu que Petro beneficiasse das medidas cautelares impostas pela Comissão Iteramericana de Direitos Humanos, para quem os direitos constitucionais do presidente foram violados.
Gustavo Petro foi condenado pela Procuradoria-geral, que considerou que o autarca violou o princípio da livre concorrência, inscrito no texto fundamental da Colômbia, ao adjudicar a limpeza dos resíduos sólidos urbanos a empresas públicas em prejuízo das privadas que até então o vinham fazendo.