PCP apela à participação nas comemorações populares

Afirmar Abril e Maio

O PCP apela a que se faça das comemorações do 25 de Abril e das manifestações do 1.º de Maio pujantes afirmações de exigência de demissão do Governo e de ruptura com a política de direita.

A situação do País resulta de 37 anos de política contra Abril

Num comunicado da Comissão Política do Comité Central, emitido anteontem, o PCP apela aos trabalhadores e ao povo, à juventude, a todos os democratas e patriotas para que «engrossem com a sua presença as comemorações populares do 25 de Abril e as manifestações do 1.º Maio promovidas pela CGTP-IN», fazendo, dessa forma, de umas e de outras momentos particularmente expressivos para reafirmar a exigência de uma nova política, patriótica e de esquerda, «capaz de libertar Portugal da dependência e da submissão, recuperar para o País o que é do País, devolver aos trabalhadores e ao povo os seus direitos, salários e rendimentos».
Da parte do PCP, acrescenta-se, os trabalhadores e o povo podem contar com o seu «firme empenhamento» na luta pela construção desta política alternativa e na afirmação do projecto de Democracia Avançada e dos valores de Abril no futuro de Portugal, tendo no horizonte o socialismo e o comunismo. A Comissão Política lembra, a propósito, que é na defesa do regime democrático e da Constituição da República (eles mesmos conquistas de Abril) que se encontra a matriz de uma política patriótica e de esquerda capaz de assegurar o desenvolvimento económico e social do País e não na sua subversão e destruição, «como procuram fazer os dirigentes políticos e os partidos que querem auto-absolver-se e absolver as suas opções e práticas políticas como causas das situações de desastre em que nos encontramos».
As comemorações dos 40 anos da Revolução devem, para o PCP, constituir uma «inabalável afirmação de confiança e luta pelos valores de Abril no futuro de Portugal» e, simultaneamente, ser «um tempo e um momento de afirmar nas ruas a indignação e recusa pelo que estão a fazer ao povo e a Portugal, à sua história e ao seu futuro». Celebrar Abril é, igualmente, resistir e lutar contra esta «ofensiva reaccionária, contra as forças que pretendem ajustar contas com Abril, agredindo a democracia, a soberania, a liberdade e o desenvolvimento de Portugal».

Combater o branqueamento e a falsificação

Chamando a atenção para as importantes e profundas conquistas alcançadas com a Revolução de Abril – e para o ataque de que há muito elas estão a ser alvo –, o comunicado da Comissão Política lembra que o 40.º aniversário da Revolução se assinala num momento em que os trabalhadores e o povo português se confrontam com o aprofundamento da agressão aos seus direitos. Esta situação resulta, acrescenta-se, de 37 anos de política de direita, levada a cabo por PS, PSD e CDS, e pela «inaceitável intervenção externa da União Europeia e do FMI», acordada com esses mesmos partidos, na sequência dos PEC do governo PS.
O PCP chama ainda a atenção para as tentativas de reescrita da história e de apagamento da real natureza e significado da Revolução de Abril, afirmando que comemorar Abril é defender e afirmar o seu carácter revolucionário, combater o branqueamento da ditadura, prestar a «justa homenagem aos militares de Abril» e não permitir que se esqueça, ou que se descaracterize, a «luta heróica dos trabalhadores, de democratas e patriotas, nos quais se incluem, com relevante papel, os comunistas». No comunicado expressa-se ainda a firme rejeição pelas tentativas em curso de responsabilização da Revolução de Abril pelas «desastrosas consequências de 37 anos de processo contra-revolucionário», bem como pelo esforço de alguns de branquear os reais responsáveis pelo rumo de declínio nacional – PS, PSD e CDS – procurando apontar o dedo «aos partidos» e colocando-os todos no mesmo saco.
Para além da participação do PCP em inúmeras iniciativas promovidas por comissões populares, a Comissão Política destaca a realização de duas grandes iniciativas no âmbito da CDU: dia 26 de Abril, no Porto (concelho de Vila do Conde); e no dia seguinte, em Lisboa (concelho de Loures).




Mais artigos de: Nacional

Celebrar Abril

Em ano de aniversário redondo (e particularmente expressivo), as comemorações da Revolução de Abril terão uma forte expressão de rua, com destaque para os desfiles populares em Lisboa e no Porto.

Por todo o País

Amanhã, sexta-feira, às 14.30 horas, é inaugurada, no Teatro Lethes, em Faro, a exposição de artes plásticas «Um retrato da vida e obra de Álvaro Cunhal». A ideia partiu do Sindicato dos Professores da Zona Sul, que lançou um concurso escolar, acolhido...