Comemorar o 25 de Abril
O Movimento Unitário de Democratas e Antifascistas de Mafra (MUDAM), com a colaboração da União dos Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), apresentou no dia 5 de Abril, da parte da manhã, frente ao Convento de Mafra, uma exposição sobre a Revolução dos Cravos, da URAP, e outra sobre Mafra, com imagens da época, evocando a adesão da população ao levantamento militar do Movimento das Forças Armadas e ao derrube do fascismo.
Governo PSD/CDS actua contra os valores de Abril
As exposições foram vistas por um vasto público, que entre comentários elogiosos ia identificando os seus conterrâneos e recordando os acontecimentos que ocorreram em Mafra após a Revolução do 25 de Abril.
Da parte da tarde, no Auditório Beatriz Costa, decorreu uma sessão evocativa e de homenagem à luta contra a ditadura fascista protagonizada por cidadãos que no concelho de Mafra sofreram, resistiram – inclusive na cadeia – e lutaram pela liberdade e pela instauração de um regime democrático. Nesta iniciativa do MUDAM foram homenageados Afonso de Medeiros, António Joaquim dos Reis, Carlos Cardosa, Carlos Simões, Carlos Vidal, Cassiano Ferreira, Herlânder Mota, Ismael Nabais Gonçalves, Jaime Correia, Joaquim Afonso Delgado, José Borges da Silva, José Filipe Teixeira, Mário Caracol, Mauro Pena, Miguel Medeiros e Sanches de Brito.
Na sessão intervieram a poetisa Licínia Quitério, com um testemunho pessoal, retratando o «tempo de chumbo» com a prisão de seu tio e amigos; Ismael Gonçalves, ex-prelado no concelho de Mafra, que falou em nome dos homenageados, recordando a sua prisão em Caxias, em Fevereiro de 1974, e a actividade desenvolvida no movimento de católicos progressistas, juntamente com o padre Felicidade Alves; Eugénio Ruivo, em representação da URAP, que evocou o trabalho infantil durante o fascismo, as prisões a que foi submetido pela PIDE e a sua vivência na noite do 25 Abril, descrevendo os factos ocorridos antes da libertação de todos os presos políticos; Domingos Janota, presidente da Junta de Freguesia de Igreja Nova, que analisou criticamente a situação actual do País; e o vereador Rogério Costa, a quem coube lembrar as razões do surgimento do MUDAM, o seu significado como acto de justiça que se impunha, e que fez um paralelo entre a actual política do Governo PSD/CDS – contra os valores de Abril – e a situação existente antes do 25 de Abril.
Na iniciativa foi ainda projectado um vídeo, feito para a ocasião, no qual se pretendeu ilustrar a passagem da ditadura para a liberdade. Quase a terminar, vários jovens descreveram, de forma alternada, parte dos noticiários dados pela rádio na madrugada do 25 de Abril, ao som do hino do Movimento das Forças Armadas. Os jovens subiram depois ao palco onde, simbolicamente, lançaram terra, semeando e fazendo florir cravos de Abril ao som de Grândola Vila Morena. Este momento teatral foi protagonizado sob a orientação de Daniela Simões.
A iniciativa terminou com o descerramento da lápide em homenagem aos antifascistas colocada no Jardim das Camélias, em Mafra, vivendo-se um momento de grande emoção quando Rogério Costa e Domingos Janota procederam à retirada da Bandeira Nacional e da Câmara Municipal de Mafra e os participantes gritaram «Viva o 25Abril».
CDU na Corrida dos Sinos
A CDU distribuiu no dia 6 de Abril, durante a Corrida dos Sinos, em Mafra, um comunicado realçando a importância do 25 de Abril no desenvolvimento desportivo. No documento, os eleitos do PCP saudaram o empenho e o espírito de sacrifício de muitos dos dirigentes (carolas) desportivos, em particular «Os Amigos do Atletismo de Mafra», por proporcionarem a participação de milhares de atletas naquela prova.