Diálogo na Venezuela
Governo da Venezuela e representantes da opositora Mesa de Unidade Nacional (MUD) reuniram, ao final do dia de anteontem, para discutir a agenda para um diálogo de paz. De acordo com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Equador, Ricardo Patiño, as partes têm um ponto em comum: a recusa da violência.
O encontro preparatório foi desbloqueado pela Missão da UNASUL que se encontra na Venezuela com o propósito de facilitar o diálogo, e previa-se que abordasse quatro questões fundamentais: a Lei da Amnistia e o desarmamento dos grupos paramilitares, sob proposta da MUD; a insegurança e a sabotagem económica, sob proposta do executivo bolivariano.
Ao confirmar a presença das autoridades governamentais na reunião, o presidente Nicolás Maduro revelou estar à espera que os meios de comunicação social dominantes aproveitem o encontro para noticiarem que, finalmente, cedeu ao diálogo. A propósito disso, lembrou que há semanas que propõe diálogos de paz francos e sérios, o que sempre foi recusado pela chamada oposição.
Antes, em artigo publicado no New York Times, Maduro já havia denunciado e desmontado a manipulação mediática dos acontecimentos na Venezuela. No texto, o presidente venezuelano voltou a responsabilizar os grupos fascistas financiados pelos EUA pela maioria das mais de três dezenas e meia de mortes registadas nas últimas oito semanas, bem como pela violência e destruição desencadeada contra edifícios administrativos, sedes de partidos, meios de transportes, unidades de saúde, universidades e escolas, instalações de órgãos de comunicação social, centros de distribuição de alimentos, etc.
O balanço da violência ocorrida, sobretudo, nos estados governados pela oposição e nos bairros abastados de Caracas, está ainda por fazer na sua totalidade. No mesmo sentido, também a sabotagem económica que está a criar graves constrangimentos ao povo venezuelano carece de apuramento e avaliação das consequências, mas ainda recentemente a FAO veio a público saudar o modelo aplicado e o trabalho do governo venezuelano no combate à fome e à pobreza, considerando-os um exemplo a seguir.