Dia Internacional da Mulher

Continuar a luta

O Dia In­ter­na­ci­onal da Mu­lher foi as­si­na­lado no sá­bado com ini­ci­a­tivas de Norte a Sul do País, vi­sando ho­me­na­gear o em­penho e a luta de muitas ge­ra­ções de mu­lheres pelos seus di­reitos, mas também para de­nun­ciar e com­bater as dis­cri­mi­na­ções e de­si­gual­dades que ainda sub­sistem na nossa so­ci­e­dade e no mundo.

Eli­mi­nação das de­si­gual­dades sa­la­riais entre mu­lheres e ho­mens

Em Lisboa teve lugar a Es­ta­feta pela Igual­dade, entre o Prín­cipe Real e o Largo de Ca­mões, pro­mo­vida pela União de Sin­di­catos de Lisboa/​CGTP-IN e pelo Mo­vi­mento De­mo­crá­tico de Mu­lheres (MDM), que contou com a par­ti­ci­pação en­tu­si­asta e com­ba­tiva de al­gumas cen­tenas de mu­lheres e ho­mens que, le­vando o seu tes­te­munho sobre os prin­ci­pais pro­blemas da mu­lher, apro­varam no final uma moção onde se rei­vin­dica, por exemplo, a «pro­moção do em­prego com di­reitos», a «de­fesa das fun­ções so­ciais do Es­tado, com igual­dade de opor­tu­ni­dades no acesso ao em­prego e na pro­gressão das car­reiras pro­fis­si­o­nais», o «au­mento do Sa­lário Mí­nimo Na­ci­onal para os 515 euros e o cres­ci­mento dos sa­lá­rios» e a «eli­mi­nação das de­si­gual­dades sa­la­riais entre mu­lheres e ho­mens». Para além das in­ter­ven­ções de re­pre­sen­tantes das or­ga­ni­za­ções pro­mo­toras, fez-se uma pin­tura mural onde mu­lheres e ho­mens re­gis­taram as suas men­sa­gens e no final mo­mentos de mú­sica, dança e po­esia.

Ini­ci­a­tivas idên­ticas ti­veram lugar em Évora, Braga, Por­timão e Porto, onde também se exigiu, na rua, em­prego com di­reitos e sem pre­ca­ri­e­dade. Na ci­dade alen­te­jana foi ainda inau­gu­rada a ex­po­sição «Sonos Fa­lados», que es­tará pa­tente até 30 de Março, e em Gon­domar a mostra «A mu­lher e as mu­lheres», com tra­ba­lhos de artes grá­ficas dos alunos da Es­cola Se­cun­dária de São Pedro da Cova.

Também em Aveiro po­derá ser vista até amanhã, sexta-feira, na Li­vraria da Uni­ver­si­dade, a ex­po­sição «Trá­fico de Mu­lheres – es­cra­va­tura dos tempos mo­dernos». Na ci­dade co­nhe­cida como «Ve­neza por­tu­guesa» re­a­lizou-se, no Hotel Mo­li­ceiro, um jantar se­guido do es­pec­tá­culo «Joana P. canta: mu­lher, amor e luta». Neste con­celho as co­me­mo­ra­ções ter­minam no dia 14 com o Con­gresso «a mul­ti­pli­ci­dade da(s) vi­o­lência(s) – um real bem fe­mi­nino», no an­fi­te­atro do De­par­ta­mento de En­ge­nharia Me­câ­nica da Uni­ver­si­dade de Aveiro.

Em Faro, no Te­atro das Fi­guras, teve lugar um es­pec­tá­culo que contou com a par­ti­ci­pação de di­versos ar­tistas da re­gião.

De­ter­mi­nação

Também o PCP as­si­nalou o Dia In­ter­na­ci­onal da Mu­lher, tendo re­a­li­zado, neste dia, um al­moço em Al­pi­arça que contou com vá­rias cen­tenas de pes­soas. No Pa­vi­lhão Os Águias, Je­ró­nimo de Sousa afirmou que 40 anos após o 25 de Abril as mu­lheres por­tu­guesas têm de con­ti­nuar a lutar, com con­fi­ança e de­ter­mi­nação, exi­gindo igual­dade de di­reitos. Na sua in­ter­venção, o Se­cre­tário-geral do PCP va­lo­rizou as ac­ções que ocor­reram de Norte a Sul do País dando vi­si­bi­li­dade à ac­tu­a­li­dade da luta das mu­lheres pela efec­ti­vação dos seus di­reitos, na lei e na vida.

 
 

FDIM va­lo­riza lutas contra o im­pe­ri­a­lismo
Mu­lheres de todo o mundo, uni-vos!

Para o 8 de Março, a Fe­de­ração De­mo­crá­tica In­ter­na­ci­onal de Mu­lheres (FDIM) re­a­firmou o seu com­pro­misso com a luta anti-im­pe­ri­a­lista, pela de­mo­cracia e pela paz justa.

«As mu­lheres, em todos os con­ti­nentes, têm saído à rua, com os mo­vi­mentos so­ciais e po­pu­lares, de­nun­ci­ando as ocu­pa­ções, agres­sões, in­va­sões, blo­queios e golpes contra as de­mo­cra­cias dos países que não se sub­metem à ga­nância do im­pe­ri­a­lismo e à po­lí­tica ne­o­li­beral, que pro­vocam crises eco­nó­micas na Eu­ropa e nos países cen­trais», sa­li­enta, numa men­sagem, a FDIM, onde re­a­firma a sua so­li­da­ri­e­dade com as mu­lheres pa­les­ti­ni­anas na sua luta «por uma Pa­les­tina livre», da Síria, «por paz», da Re­pú­blica Po­pular De­mo­crá­tica da Co­reia, «por so­be­rania», e da Ve­ne­zuela, «contra a in­ge­rência ex­terna dos EUA», assim com «os mi­lhões de mu­lheres e ho­mens re­fu­gi­ados» e com «as mu­lheres e seus fi­lhos que so­frem em todas as partes do mundo».

As pa­la­vras da FDIM são ainda di­ri­gidas às mu­lheres da Ucrânia, que «re­sistem com bra­vura ao golpe fas­cista per­pe­trado no seu país, or­ques­trado e fi­nan­ciado pelos EUA e pela União Eu­ro­peia». «De­nun­ci­amos o fas­cismo e as suas ac­ções na Eu­ropa e no mundo», sa­li­enta a Fe­de­ração, que ainda exige «jus­tiça para as ví­timas do Tufão Typhonn».

No do­cu­mento, a FDIM dá conta da luta das mu­lheres contra a crise eco­nó­mica que as­sola os países eu­ro­peus e que «leva tra­ba­lha­dores e tra­ba­lha­doras a per­derem os seus em­pregos e verem as suas fa­mí­lias passar fome», re­pudia e de­nuncia «o trá­fico de mu­lheres, cri­anças e ado­les­centes», ex­pressa so­li­da­ri­e­dade «à luta das mu­lheres sa­a­rauis» e saúda «a li­ber­tação do herói cu­bano Fer­nando Gon­zález».

 



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