Alterações à lei do asilo

Foi re­cen­te­mente apro­vado, em vo­tação final global, com os votos fa­vo­rá­veis do PSD, PS e CDS-PP, os votos contra do PCP e PEV, e a abs­tenção do BE, a pro­posta de lei que al­tera a lei do asilo.

Re­corde-se que nas úl­timas dé­cadas tem ha­vido um re­tro­cesso no plano da União Eu­ro­peia re­la­ti­va­mente à con­cessão de asilo e par­ti­cu­lar­mente aos di­reitos dos ci­da­dãos que o pre­tendem obter. Uma «evo­lução ne­ga­tiva de res­trição de di­reitos fun­da­men­tais» que o de­pu­tado co­mu­nista An­tónio Fi­lipe la­mentou por oca­sião do de­bate na ge­ne­ra­li­dade em Ja­neiro, as­si­na­lando que a mesma tem sido acom­pa­nhada pela «adopção de me­ca­nismos ex­pe­ditos de ne­gação do es­ta­tuto de re­fu­giado em países da UE».

Nesse mesmo sen­tido de re­gressão vai a pro­posta agora apro­vada, com al­guns as­pectos nela con­tidos a me­re­cerem a viva con­tes­tação do PCP como é por exemplo o caso da eli­mi­nação de efeitos sus­pen­sivos de re­cursos que sejam in­ter­postos sobre de­ci­sões ne­ga­tivas.

An­tónio Fi­lipe de­fendeu, por outro lado, que o Es­tado por­tu­guês de­veria en­carar a si­tu­ação da­queles ci­da­dãos que já be­ne­fi­ciam em Por­tugal do es­ta­tuto de re­fu­giado – são al­gumas cen­tenas – e que têm vindo a ser aban­do­nados re­la­ti­va­mente ao apoio so­cial que lhes de­veria ser pres­tado.

Trata-se, pois – e essa era a pro­posta do PCP e da qual não de­siste –, de que seja feita uma ava­li­ação ri­go­rosa da si­tu­ação em que se en­con­tram essas pes­soas. Mais pre­ci­sa­mente, por um lado, ve­ri­ficar se o Es­tado está a honrar os seus com­pro­missos de de­fesa dos di­reitos hu­manos e, por outro lado, iden­ti­ficar quais as me­didas que é ne­ces­sário tomar para que as mesmas te­nham um mí­nimo de con­di­ções de dig­ni­dade para viver em Por­tugal.

An­tónio Fi­lipe não deixou de re­cordar no de­bate as es­pe­ciais res­pon­sa­bi­li­dades que Por­tugal tem em ma­téria de asilo, tendo em conta um pas­sado não muito dis­tante em que, es­tando o País sob o jugo da di­ta­dura fas­cista, muitos por­tu­gueses be­ne­fi­ci­aram do es­ta­tuto de re­fu­giado em ou­tros países.

 

 

 



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