Crise e corrupção

Pelo menos 120 mil milhões de euros perdem-se anualmente no continente europeu devido à corrupção, revelou a comissão Europeia, num relatório publicado dia 3.

De acordo com Cecilia Malmstrom, comissária dos Assuntos Internos, o fenómeno, cujas proporções eram até agora desconhecidas, tem vindo a «crescer com a crise».

Na apresentação do estudo – o primeiro realizado pelo executivo comunitário sobre o assunto –, a responsável reconheceu que «a corrupção mina a confiança dos cidadãos nas instituições democráticas e no Estado de direito, prejudica a economia europeia e priva os poderes públicos de receitas fiscais».

A acompanhar as suas análises, a Comissão Europeia divulgou um inquérito realizado nos 28 países que integram a União Europeia, em que se verifica que, em média, 76 por cento dos inquiridos considera que a corrupção se encontra generalizada nos respectivos países.

Porém, esta opinião é partilhada por 99 dos gregos, 97 por cento dos italianos, 95 por cento dos lituanos, dos espanhóis e checos, 94 por cento dos croatas, 93 por cento dos romenos e 91 por cento dos eslovacos.

Portugal surge na nona posição, com 90 por cento dos inquiridos que consideram a corrupção como um fenómeno generalizado.

À excepção da Suécia (44%), Luxemburgo (42%), Finlândia (29%) e Dinamarca (20), em todos os outros países, a começar pela Alemanha (59%), uma larga maioria da população tem a percepção de que a corrupção alastra a toda a sociedade.

Excluídas do estudo ficaram as instituições comunitárias, por uma questão de isenção, explicou Malmström, garantindo que futuramente o correspondente organismo do Conselho da Europa será incumbido dessa tarefa.




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